OPEP prolonga cortes na produção por nove meses
Medida visa estabilizar o mercado e impedir que os preços fiquem abaixo dos 50 dólares por barril. brent caiu mais de 3%
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) decidiu ontem prolongar os cortes na produção, em vigor desde o início do ano, por mais nove meses, ou seja, até março de 2018. A decisão visa estabilizar o mercado e impedir que os preços recuem abaixo dos 50 dólares por barril. “O plano agora é mantermo-nos constantes e passar os nove meses a monitorizar [o mercado] e logo decidir”, declarou o ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Jalid al-Falih, antes do início da reunião em Viena. No final do encontro do cartel, o ministro do Petróleo do Koweit, Issam Almarzook, revelou que a Nigéria e a Líbia ficam de fora do acordo devido à instabilidade política interna. A Arábia Saudita já tinha afastado a hipótese de se aplicarem outros cenários, como o de um prolongamento de seis meses prorrogável por três meses, sempre a partir de 30 de junho próximo, quando se vence o acordo que entrou em vigor em 1 de janeiro. Um prolongamento de maior amplitude, de 12 meses, também foi afastado, porque podia supor muita pressão para alguns produtores. O corte aplicado a partir de dezembro “está a funcionar” e a levar a “uma importante descida das reservas” de petróleo, concluiu o ministro do Koweit. O mercado esperava que a OPEP fosse mais longe e, na ausência de surpresas, o preço do petróleo brent, a qualidade-referência para as importações de Portugal, caiu para 52,27 dólares, uma descida de mais de 3%.