May nomeia defensor da UE para vice-primeiro-ministro
Ex-titular da pasta das Finanças no governo de David Cameron diz que primeira-ministra é, politicamente, uma “morta-viva”
Theresa May e o marido Phillip ontem à chegada à igreja, em Sonning
JOSÉ FIALHO GOUVEIA Jeremy Corbyn acredita que poderá haver novas eleições no Reino Unido ainda neste ano ou no início de 2018. “É bastante provável que isso aconteça. E seria bom, porque não podemos continuar nesta instabilidade”, afirmou o líder do Partido Trabalhista numa entrevista à BBC. Também ontem, o editorial do The Observer era profundamente cáustico para Theresa May – falando na “pior campanha eleitoral da história”. O jornal britânico dava quase a certeza de que a primeira-ministra está presa num beco onde a única saída será a demissão: “Como é que alguém que apenas há alguns dias estava tão confiante pode agora estar a preparar-se para se demitir, algo que deve acontecer em breve?”.
George Osborne, ex-ministro das Finanças de David Cameron, também não esteve com meias palavras, descrevendo May como uma “morta-viva”, politicamente. Anna Soubry, uma deputada conservadora, juntou-se ao coro de críticas falando numa posição “insustentável” e acrescentando que chegará o tempo em que a primeira-ministra terá de sair.
Theresa May, no entanto, não dá mostras de atirar a toalha ao chão. Depois de ter feito saber no sábado à noite que já chegou a um acordo de princípio com o Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte, a primeira-ministra esteve ontem ocupada a fazer uma minirremodelação no executivo. Todos os pesos pesados continuam nos lugares em que estavam: Phillip Hammond nas Finanças, Amber Rudd no Interior, Boris Johnson nos Negócios Estrangeiros e David Davis na pasta do brexit. “Parece um governo de continuidade de uma primeira-ministra que não tem capital político para fazer muito mais”, avaliava no Twitter Ben Wright, o correspondente da BBC News em Washington.
A principal novidade foi a nomeação de Damian Green, um acérrimo defensor da União Europeia e da continuidade do Reino Unido entre os 28, como first secretary
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