Diário de Notícias

Mais duas vítimas em praia ainda sem vigilância

Segurança. Dois irmãos perderam a vida no rio Vouga, em Águeda, e dois jovens estavam ainda desapareci­dos na praia da Baía, em Espinho

- ANA BELA FERREIRA

Época balnear na praia da Baía, em Espinho, só arranca no dia 15 de junho, a exemplo do que acontece em toda a região Norte

Já morreram pelo menos 40 pessoas, este ano, nas praias portuguesa­s. Ontem voltou a ser um dia trágico: dois irmãos, de 14 e 11 anos, morreram numa zona do rio Vouga usada como praia fluvial, e dois jovens desaparece­rem no mar da praia da Baía, em Espinho. Nesta praia, a época balnear só abre na próxima quinta-feira (15 de junho), pelo que a praia não estava vigiada.

Existem ainda muitas praias cuja época balnear só começa a meio de junho ou mesmo a 1 de julho. A Agência Portuguesa do Ambiente lembra que independen­temente da vigilância ou não das zonas balneares, “a segurança depende em primeiro lugar de cada um dos banhistas”.

Duas pessoas continuava­m ontem desapareci­das depois de terem sido vistas a entrar no mar, provavelme­nte para irem buscar uma bola, segundo o Jornal de Notícias (JN). O Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Aveiro confirmou que recebeu o alerta às 15.45, por um popular. As buscas envolveram os Bombeiros de Espinho, a Polícia Marítima, o Instituto de Socorros a Náufragos e a Força Aérea. Estiveram envolvidos nas buscas 12 operaciona­is, apoiados por cinco veículos e um meio aéreo. Os esforços para encontrar os corpos dos dois jovens devem ser retomados esta manhã.

De acordo com o JN , os dois desapareci­dos são jovens de 20 anos, que terão sido levados por uma onda. O acidente aconteceu na parte norte da praia da Baía, muito frequentad­a por praticante­s de surf e bodyboard.

No rioVouga, dois irmãos perderam a vida. Uma jovem de 14 anos foi resgatada inconscien­te da água e morreu a caminho do hospital de Aveiro. O irmão de 11 anos foi resgatado sem vida. O alerta foi dado às 14.30 e, segundo o jornal Soberania do Povo, a menina tentou salvar o irmão quando percebeu que ele estava em dificuldad­es.

De acordo com os bombeiros de Águeda, o local onde as crianças tomavam banho não está classifica­do como praia fluvial, mas é uma zona do rio Vouga que, pelas condições que apresenta, é por alguns frequentad­a como tal.

Os locais que não são classifica­dos como praias não têm vigilância. Tal como não têm vigilância algumas das zonas de praia. Esses locais requerem maior atenção por parte dos banhistas.

A estas zonas não vigiadas juntam-se outras onde a época balnear ainda não começou e que estão, por isso, sem nadador-salvador. Compete às câmaras municipais definir a época balnear em cada praia do seu concelho, motivo pelo qual o calendário é cada vez mais variável de praia para praia, até dentro do mesmo município.

Das 650 áreas balneares, 175 começaram a temporada no dia 31 de maio. São sobretudo praias do litoral a sul de Lisboa, como são os casos dos concelhos de Almada (que inclui a Costa de Caparica) e quase todos os municípios da costa algarvia, ou a maioria das praias na Região Autónoma da Madeira.

A maior parte das praias – 246 de norte a sul de Portugal continenta­l e nas regiões autónomas – abre a 15 de junho. O Norte é a única região do país a ter o mesmo calendário de época balnear para as praias marítimas (15 de junho a 15 de setembro), enquanto as zonas fluviais abrem de 15 de junho a 15 de julho e terminam a época entre 31 de agosto e 15 de setembro.

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Dois irmãos estavam em praia fluvial e dois jovens estavam no mar

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