Diário de Notícias

5 Estrelas derrotado nas municipais em Itália

Movimento de Beppe Grillo não estará na segunda volta na maioria das grandes cidades que foram neste domingo a votos

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ELEIÇÕES Um ano depois da vitória das suas candidatas em Roma (Virginia Raggi) e Turim (Chiara Appendino), o Movimento 5 Estrelas, de Beppe Grillo foi o grande perdedor das eleições municipais parciais em Itália. Nenhum dos seus candidatos estará na segunda volta nas principais cidades que foram a votos: Génova, Palermo, Catanzaro, Áquila ou Verona. Mas isso não significa o fim das perspetiva­s de um resultado eleitoral positivo nas gerais, que deverão ocorrer até maio.

“Acho que não há ligação entre o voto local e o que acontecerá nas eleições gerais, por isso isto não estraga as perspetiva­s do 5 Estrelas”, disse à Reuters o sociólogo e comentador político Luca Ricolfi. “As eleições para presidente da câmara são sobre candidatos locais, as eleições nacionais sobre medo e esperança”, acrescento­u. “Medo do desconheci­do vai prejudicar o 5 Estrelas, enquanto a esperança na mudança vai ajudá-lo. É impossível saber qual é o sentimento que será mais forte quando chegar a hora”, concluiu. Nas sondagens, o movimento surge à frente, com 30,1% das intenções de voto, à frente do Partido Democrátic­o, de Matteo Renzi, com 26,4%.

No passado, o movimento fundado há nove anos por Beppe Grillo falhou a nível local por causa da falta de organizaçã­o e de candidatos conhecidos. Os resultados em Roma e Turim foram a exceção, não a regra. E os problemas que o movimento teve para gerir a capital italiana têm levantado questões sobre a sua capacidade administra­tiva.

Nestas eleições, há dois resultados particular­mente dolorosos para o 5 Estrelas: o de Génova e o de Parma. No primeiro caso porque Beppe Grillo é genovês e terminou ali a campanha eleitoral – a segunda volta, dentro de duas semanas, será contudo entre um candidato de centro-esquerda e outro de centro-direita. Já em Parma, o presidente da câmara, Federico Pizzarotti, foi o mais votado. Eleito em 2012 pelas cores do movimento, foi excluído por ter sido acusado de abuso de poder, num processo entretanto arquivado. Já o 5 Estrelas não foi além dos 3%.

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