Cientistas do Instituto de Medicina Molecular confirmam que baixos níveis de oxigénio ou energia nas células imunitárias podem gerar doenças
pode haver diferenças na forma como respondem” nas mesmas condições, explica o investigador. Por isso, sublinha, “seria bom estudar se o stress celular favorece o mesmo tipo de ativação Th17 [dos glóbulos brancos] e perceber se diferenças na suscetibilidade ao stress celular ou outros fatores ambientais poderão dar-nos novas informações sobre o desenvolvimento de algumas doenças autoimunes”, adianta. Isso, no entanto, também vai depender de haver financiamentos para fazer esse trabalho, sublinha.
A possibilidade de desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas a partir daqui existe e até já há ensaios clínicos em curso. Como explica Marc Veldhoen, há estudos nesta área, tanto “na academia como em laboratórios farmacêuticos”, e a interferência com a atividade destas células do sistema imunitário mostrou resultados positivos “em algumas destas doenças autoimunes, como a psoríase e a artrite”.
Quanto aos resultados agora publicados, eles também “podem oferecer novos alvos terapêuticos para reduzir, por exemplo, o stress celular localmente, nas áreas com a inflamação”, sugere o cientista. No entanto, estimar um prazo para que isso se traduza na prática médica não é tarefa fácil.
“É sempre difícil responder a isso”, afirma Marc Veldhoen. “Há terapias baseadas nas células T nas últimas fases de ensaio clínico e com sucesso em algumas destas doenças. Quanto ao nosso trabalho, ainda está numa fase pré-clínica e vai depender de fundos e de trabalho futuro para verificar se estes resultados iniciais podem ser usados em terapias. Ainda vai levar uma década”, conclui.