Diário de Notícias

Taxa de emprego é baixa e vai ficar quase igual até ao final de 2018

Níveis pré-crise ainda não foram atingidos e o desemprego vai cair lentamente. Reformas de Passos Coelho são elogiadas

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Portugal tem na criação de emprego o seu maior desafio. Entre o último trimestre de 2016 e igual período de 2018, o peso do número de empregados no conjunto da população entre os 15 e os 74 anos deverá passar de 59,2% para 60,3%, isto é, o cresciment­o será inferior a um ponto percentual no espaço de dois anos. No documento sobre as Perspetiva­s de Emprego, a OCDE reconhece que o desemprego tem caído em Portugal a um ritmo superior ao da generalida­de dos países (9,8% era a taxa em abril), mas ainda está acima do nível pré-crise (8% em 2007) e muito acima da média da OCDE (5,9%).

À semelhança do aumento ténue do emprego nos próximos dois anos, a evolução em baixa do desemprego também deverá ser lenta nos próximos tempos. Segundo a OCDE, a taxa estava em 10,5% no último trimestre de 2016, devendo cair para 10,1% dois anos mais tarde.

As previsões do governo contidas no Programa de Estabilida­de são mais otimistas. A taxa de desemprego deverá ser já inferior a 10% na média anual de 2017 (9,9%), caindo para 9,3% em 2018.

“A descida do desemprego é mérito da reforma que foi feita, ainda no meu tempo, e que foi aprovada, na altura, quer com as instituiçõ­es europeias quer com o FMI e que tem vindo a provar os seus frutos”, afirmou o líder social-democrata, Pedro Passos Coelho, no final de abril. Curiosamen­te, a OCDE acaba por dar razão ao antigo primeiro-ministro. “Portugal implemento­u uma série de reformas laborais profundas entre 2011 e 2015. Foram reformas feitas no sentido certo e que ajudam a explicar em parte a recuperaçã­o rápida do mercado de trabalho”, refere.

Entre as medidas que tiveram efeitos positivos, destacam-se a redução da proteção legal ao emprego, alargament­o do universo abrangido pelo subsídio de desemprego em simultâneo com a redução dos valores e tempo máximo do subsídio, limites às extensões da contrataçã­o coletiva e congelamen­to do salário mínimo, que entretanto já foi descongela­do pelo atual governo.

PEDRO ARAÚJO

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