Ronaldo acusado de fuga ao fisco. Advogado iliba jogador
ESPANHA Ministério Público espanhol acusa o internacional português de não ter declarado 14,7 milhões de euros entre 2011 e 2014
Cristiano Ronaldo foi acusado ontem em Espanha de fuga aos impostos, no valor de 14,7 milhões de euros, mas o seu advogado, António Lobo Xavier, tem uma visão diferente, considerando que o capitão da seleção nacional ainda não foi sequer acusado e que tudo se trata de um... “diferendo técnico”.
“Estamos numa fase muito preliminar do processo. O Ministério Público ainda vai decidir se vai avançar com o processo”, disse o advogado à SIC Notícias, considerando que não há qualquer caso de ocultação de rendimentos do internacional português. “Não admito fuga aos impostos. Cristiano Ronaldo chegou ao Real Madrid em 2010, antes jogou no Reino Unido, onde também tinha os seus direitos de imagem. Utilizou o mesmo regime em Espanha. Para nós trata-se apenas de um diferendo técnico e o critério seguido por Cristiano Ronaldo até deu mais dinheiro ao fisco de Espanha”, salientou António Lobo Xavier.
O advogado foi instado ainda a comparar este caso com o de outros jogadores, como o argentino Lionel Messi, salientando que os processos não são semelhantes. “O caso de Messi e de outros jogadores acusados de fuga aos impostos é completamente diferente, pois esses não declararam nada. Cristiano Ronaldo declarou em 2014”, referiu.
Também ontem, o presidente da Liga espanhola, Javier Tebas, defendeu o português. “Creio que Cristiano Ronaldo é inocente, não devemos ser tão determinantes apenas porque foi denunciado. Devemos esperar para ver como as coisas acabam. Não criminalizo o jogador, nem ninguém assim”, afirmou.
Fisco espanhol acusa CR7
O Ministério Público de Madrid acusa Cristiano Ronaldo de ter, de forma “consciente”, criado uma sociedade para defraudar o fisco espanhol em 14,7 milhões de euros, segundo a agência de notícias espanhola Efe. O futebolista português é acusado de quatro delitos contra os cofres do Estado, cometidos entre 2011 e 2014, que contabilizam uma fraude tributária de 14 768 897 euros.
Numa declaração enviada ao tribunal de instrução de Alarcón, em Madrid, o Ministério Público cita a recente sentença do Supremo Tribunal contra o futebolista Lionel Messi, do Barcelona, que o condenou a 21 meses de prisão por ter defraudado o fisco em 4,1 milhões de euros, e escreve que Ronaldo aproveitou-se de uma sociedade criada em 2010 para ocultar ao fisco as receitas geradas em Espanha pelos seus direitos de imagem. Isto, para o fisco espanhol, supõe um incumprimento “voluntário” e “consciente” das obrigações fiscais de Cristiano Ronaldo em Espanha.
Segundo a Efe, o jogador português simulou ceder os seus direitos de imagem a uma sociedade chamada Tollin Associates, com sede nas IlhasVirgens Britânicas e de que era o único sócio. Essa sociedade cedeu depois a exploração dos direitos de imagem do futebolista a outra sediada na Irlanda com o nome de Multisports e Image Management que, “efetivamente”, se dedicara à gestão e exploração dos direitos de imagem do futebolista sem que a sociedade das Ilhas Virgens tenha desenvolvido qualquer atividade.
Os técnicos do Ministério das Finanças (Gestha) advertiram em comunicado que o internacional português “poderia ser preso devido a quatro delitos ficais”, adiantando ainda que Ronaldo incorre numa multa superior a 28 milhões de euros e em prisão efetiva de um mínimo de sete anos por presumíveis delitos contra o fisco espanhol ocorridos entre 2011 e 2014.
Recentemente, Messi foi condenado a dois anos de prisão por alegada ocultação de 4,1 milhões de euros relativos a direitos de imagem. A pena acabou por ser suspensa. G.L.
Informações vindas de Espanha dão conta de eventual multa no valor de 28 milhões de euros pela alegada fuga fiscal