Kevin Durant prolonga a era dourada dos Warriors
Golden State Warriors campeões pela 5.ª vez, após mais uma vitória sobre os Cleveland Cavaliers, selada pelo extremo, MVP das finais
Ele é “o” homem, mesmo que seja injusto destacar alguém numa equipa que vive sobretudo do coletivo. Kevin Durant chegou, por fim, ao topo. O extremo, protagonista da transferência mais polémica da época, foi o herói das finais da NBA (liga norte-americana de basquetebol), prolongando a era dourada dos Golden State Warriors na competição. O emblema de Oakland (Califórnia) conquistou o título na madrugada de ontem, com mais uma vitória sobre os Cleveland Cavaliers.
Um triunfo por 129-120, no quinto jogo da ronda decisiva da competição (4-1), confirmou o que já se esperava. Os Warriors sagraram-se campeões pela segunda vez nos últimos três anos (pelo meio perderam as finais de 2016, também para os Cavaliers). E Kevin Durant foi eleito unanimemente o MVP – jogador mais valioso – das finais. O extremo, de 28 anos, conquistou o primeiro título da carreira, após ter perdido a final de 2013 – ao serviço dos Oklahoma City Thunder – e depois de no verão passado ter protagonizado a uma controversa transferência para Oakland, enquanto free agent (jogador livre).
Com 39 pontos, sete ressaltos e cinco assistências no último jogo – e médias de 35,2 pontos, 8,4 ressaltos e 5,4 assistências nas finais –, Durant roubou o palco a Stephen Curry, até aqui o principal rosto do basquetebol revolucionário dos Warriors, e, principalmente, a LeBron James, maior estrela dos Cavaliers e da NBA na atualidade. E partilhou os louros com a mãe, Wanda. “Ela viu como trabalhei desde que era criança, como voltava e volto para casa após cada derrota. Quando tinha 8 anos disse-lhe que ia conseguir. Hoje, conseguimos”, celebrou no final.
Antes do extremo – que fizera toda a carreira profissional nos Thunder (e nos Seattle Supersonics, versão anterior da franchise) e foi particularmente mal recebido no regresso, neste ano, a Oklahoma –, só Michael Jordan e Shaquille O’Neal tinham conseguido 25 ou mais pontos em cada um dos seus dez primeiros jogos em finais de competição. Durant superou a inquietação e foi bem-sucedido. “Não consegui dormir por dois dias. Estava ansioso e nervoso. Investi todo o meu trabalho nisto e tinha de confiar…”, recordou, no fim. Acabou a fase a eliminar com médias de 27,8 pontos, 8,1 ressaltos e 4,2 assistências por jogo.
Perante estes números, de nada valeu mais uma noite estrondosa de LeBron James – 41 pontos, 13 ressaltos e oito assistências –, derrotado pela quinta vez, em oito presenças na final. Se no ano passado os Warriors permitiram a recuperação épica dos Cavaliers (de 1-3 para 4-3), desta vez a equipa de Oakland não deu hipóteses à de Cleveland. “Foi precisa muita resiliência para recuperar do desgosto tremendo que tivemos no 7.º jogo do ano passado, após uma temporada fantástica”, reconheceu o treinador Steve Kerr. Mas a prova foi superada com distinção. A consagração dos Warriors Desta vez, o coletivo de Oakland superou todos os obstáculos – como se viu no último jogo das finais, com Stephen Curry sempre determinante (34 pontos e dez assistências) e um importante contributo do banco (35 pontos). Os Golden State Warriors tinham sido os melhores da fase regular (67 vitórias, 15 derrotas) e só no penúltimo jogo das finais perderam a folha limpa nos play-off (16 triunfos e apenas um desaire, no total). Apenas os 76ers, em 1982-83, e os Lakers, em 2000-01, haviam termi- nado a fase a eliminar só com uma derrota.
Tamanha superioridade rendeu o quinto campeonato da história da equipa (após os 1946-47, 1955-56, 1974-75 e 2014-15 – os dois primeiros ganhos ainda enquanto Philadelphia Warriors). Os Golden State igualaram os San Antonio Spurs, ficando só atrás de Boston Celtics (17), Los Angeles Lakers (16) e Chicago Bulls (seis), no quadro de vencedores da NBA. E a hegemonia – só ameaçada pelos Cavaliers – aliás, por LeBron James – segue sem fim à vista. “Não sabemos até quando pode durar mais, é muito excitante”, diz Steve Kerr. E o MVP Kevin Durant já pensa na próxima: “Disse a LeBron ‘agora estamos empatados 1-1’ [em finais entre si], temos de repetir.” Será já em 2018?
Desta vez, o coletivo de Oakland superou todos os obstáculos – com Stephen Curry igualmente decisivo e um importante contributo do banco