Parece apropriado insistir em que os povos muçulmanos vejam os seus governos executar uma ação eficaz contra os terroristas, conduzindo as suas populações à tranquilidade e a substituir a decisão de emigrar, que tanto embaraça os europeus, pela de regress
internacional. Paz é um esforço incessante para precaver os direitos humanos. Paz é a demonstrada combinação entre força e boa vontade. Nós rezaremos pela paz e queremos trabalhar pela paz, até que tenhamos retirado de todas as nações para sempre a ameaça da destruição nuclear” (1976). De novo os factos desobedeceram à vontade, com acontecimentos como foram a questão dos reféns americanos em Teerão, para depois acontecer o desastre do Iraque, que consta, ainda servira de intermediário na venda de armas ao Irão com a cobertura de Israel, tudo animando versões noticiosas, ou confiáveis, ou manipuladas, e repetidamente afetando a reputação de responsáveis políticos, ou serviços de informação, vigilância, intervenção. A viagem do atual presidente dos EUA que incluiu a visita à Arábia Saudita e terminou noVaticano é talvez um primeiro esforço pessoal para ganhar o estatuto de estadista na opinião pública, especialmente a doméstica, mas o teor das intervenções não parecem conseguir que as palavras sejam impulsionadoras de um processo que lhe confira o estatuto de que a grave crise internacional espera dos responsáveis. Parece apropriado insistir em que os povos muçulmanos vejam os seus governos executar uma ação eficaz contra os terroristas, conduzindo as suas populações à tranquilidade e a substituir a decisão de emigrar, que tanto embaraça os europeus, pela de regressar às suas pátrias de origens. Mas é difícil admitir que seja apropriado e eficaz reconhecer com aparente modéstia que não podem os EUA assumir isoladamente a tarefa, mas é menos aceitável acrescentar que podem fornecer armamento fabricado pelo seu complexo militar-industrial, um conceito que não é corolário da confissão dolorosa de Eisenhower no seu famoso discurso de despedida. Não é uma novidade que seja ignorada pelos analistas das guerras passadas, mas não cabe coerentemente na definição acolhedora do conceito de paz projetada. Nem aviso eficaz para a Coreia do Norte, que procedeu ao lançamento de um novo míssil justamente na altura do discurso presidencial. Nem parece útil imaginar que o terrorismo muçulmano não tem a sua principal causa de perigo agudo no facto de, abusivamente, ter incluído elementos da fé religiosa na formação dos executores. Os esperados conselhos recíprocos, como se esperou na reunião da NATO, são indispensáveis, mas assumir o risco na sua dimensão, e não apenas pela repartição de custos, parece mais mobilizador em face da realidade, de novo dolorosamente manifestada no atentado de Manchester, acompanhado da indignação britânica quanto à cooperação dos serviços de informação americanos. A situação de perigo agudo mundial, que junta a excessiva dispersão das armas atómicas com o terrorismo anárquico, definitivamente exige que o conceito de “mundo único” não seja envolto em descabidos critérios de gestão empresarial, que, na situação agravada em que o mundo vive, são uma versão inadmissível do manto diáfano da fantasia.