Diário de Notícias

PS deixa passar recomendaç­ão ao governo para extinguir rendas

PARLAMENTO Texto apresentad­o pelo BE teve voto favorável de todos menos do PSD (que se absteve). Já projeto do PCP foi chumbado

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O Parlamento aprovou ontem, com a abstenção do PSD, o projeto de resolução do BE que recomenda ao governo que elimine as rendas excessivas no setor elétrico, em particular nos chamados custos de manutenção do equilíbrio contratual (CMEC).

Com a abstenção do PSD e os votos a favor de todos os restantes partidos, o projeto de resolução dos bloquistas foi aprovado em plenário. “O BE propõe que a Assembleia da República recomende ao governo que tome as iniciativa­s necessária­s para a eliminação das rendas excessivas no setor elétrico, em particular nos chamados custos de manutenção do equilíbrio contratual, e que essa eliminação – seja por renegociaç­ão direta no âmbito do processo de revisibili­dade final dos CMEC seja mediante tributação específica do produtor – se reflita na formação das tarifas para o ano 2018 e seguintes”, refere o texto aprovado (que não tem efeito vinculativ­o). Jorge Costa, do BE, diz que a aprovação da resolução representa “uma mudança política importante e é uma posição forte da Assembleia da República, que mandata o governo para uma renegociaç­ão consequent­e e para o corte das rendas excessivas na energia”.

Na mesma altura, foi chumbado – com os votos contra do PSD e do PSD – um projeto de lei do PCP (que aprovado se tornaria vinculativ­o) determinan­do a eliminação dos CMEC e dos CAE (contratos de aquisição de energia) com a EDP e outras empresas do setor eletroprod­utor.

Já o PCP lamentou que o PS tenha contribuíd­o para o chumbo do seu projeto de lei, decidindo apenas viabilizar a recomendaç­ão apresentad­a pelo BE.

“Não sei se é meio caminho ou se chega a tanto, mas o passo que foi dado foi uma opção política, nomeadamen­te do PS, que ao rejeitar a proposta do PCP não optou por um passo mais decidido e mais efetivo e optou por uma recomendaç­ão ao governo”, disse o deputado do PCP Bruno Dias em declaraçõe­s aos jornalista­s depois das votações. “Teria outra força [...], mas nós não desistimos.” J.P.H. com Lusa

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