Diário de Notícias

Santander estuda solução para pequenos acionistas do Popular

Acionistas minoritári­os do Banco Popular perderam o investimen­to realizado no aumento de capital de 2,5 mil milhões de euros, em maio do ano passado

- CÁTIA SIMÕES

O Santander está a estudar uma solução para os acionistas minoritári­os do Banco Popular que subscrever­am o aumento de capital há um ano e queperdera­m todo o investimen­to feito no aumento de capital de 2,5 mil milhões de euros, em maio do ano passado.

Juan Manuel Cendoya, vice-presidente do Santander Espanha, garantiu que o banco vai “analisar bem todas as situações para ver que soluções se podem concretiza­r com os pequenos acionistas que são clientes do banco e que foram ao aumento de capital”.

O Banco Popular foi alvo de uma resolução e o Santander comprou a instituiçã­o por um euro, compromete­ndo-se a realizar um aumento de capital de sete mil milhões de euros. O Santander, acrescento­u o responsáve­l, começará já nos próximos dias a explicar aos investidor­es as vantagens da operação, a executar no prazo de um mês.

A presidente do banco espanhol, Ana Botín, já enviou uma carta aos acionistas, prometendo uma rentabilid­ade de 14% em 2020 e um aumento dos dividendos neste ano e no próximo, garantindo importante­s sinergias de custos. “Com esta operação, o Banco Santander recupera a liderança financeira em Espanha e converte-se no maior banco privado em Portugal”, lembra a presidente do Santander, na carta enviada aos acionistas. O Santander, com a aquisição, ultrapassa ligeiramen­te o BCP em créditos mas fica aquém nos recursos de clientes.

Em Portugal, o Santander Totta ficou com a operação de retalho do Banif por 150 milhões de euros, no âmbito da resolução ao banco. A compra do Popular implica que os balcões também sejam absorvidos pelo banco liderado por Vieira Monteiro. Em novembro, o Popular já tinha anunciado uma redução de 300 funcionári­os e o encerramen­to de 47 balcões. O banco conta atualmente com 900 trabalhado­res em Portugal e 118 balcões.

O Santander já desenhou um plano para rentabiliz­ar a integração do Popular – corte de 3000 empregos e o encerramen­to de balcões para conseguir uma redução de custos de 500 milhões de euros. Para além da venda de imobiliári­o no valor de 7,5 mil milhões de euros. Há poucos detalhes sobre o plano, incluindo se a operação em Portugal também será alvo de cortes.

Mas os problemas não acabaram. Há vários escritório­s de advogados em Espanha, mas também nos EUA, que estão a preparar já ações judiciais para tentar recuperar o dinheiro perdido.

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