“Gastam mais e ficam mais tempo”
Como se explica este aumento da atividade turística? Explica-se pelo grande aumento da capacidade aérea, com um crescimento de 20% em 2017. Houve um grande aumento de rotas, quer nos mercados tradicionais, onde estamos a alargar as operações a todo o ano, nomeadamente para o Algarve, quer em mercados onde não estávamos tão presentes. A Páscoa foi decisiva para este aumento? O efeito Páscoa fez-se sentir. Em abril tivemos o maior crescimento percentual mensal alguma vez registado. Em termos de ritmo de crescimento dos proveitos estamos a crescer o dobro face ao número de hóspedes, o que significa que estamos a crescer mais em receita do que em número de turistas. Notamos que os visitantes estão a gastar mais e a ficar mais tempo. E é importante notar que isto está a acontecer em meses que normalmente são de época baixa. Quais são as expectativas para o verão e para o final do ano? Esperamos que este ritmo de crescimento se mantenha em maio, impulsionado pela visita do Papa. Os operadores dizem-nos que a procura tem sido muitíssimo grande. Mas a nossa preocupação é garantir que este ritmo de crescimento se mantenha depois do verão. O objetivo é crescer 10%. Neste momento já estamos a crescer acima da meta que tinha sido estabelecida na Estratégia Turismo 2027, na qual tínhamos definido um crescimento anual de 8%. Estes números devem-se à segurança associada a Portugal face a destinos concorrentes? Sim, mas não só. O grande número de prémios internacionais conquistados e as inúmeras publicações na imprensa estrangeira estão também a contribuir para o boom de turistas. E estamos a apostar na realização de congressos e eventos fora da época alta precisamente para garantir que conseguimos atingir públicos que viajam durante todo o ano. E também na diversificação de produtos como o turismo de natureza, cultural e religioso.