Diário de Notícias

Uma das agências europeias com mais peso e prestígio

A Agência Europeia de Medicament­os monitoriza os remédios usados por 500 milhões de europeus

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REGULADOR Responsáve­l pela segurança dos medicament­os que são utilizados no espaço da União Europeia, tanto na saúde humana como na animal, a Agência Europeia de Medicament­os, ou EMA (é a sua sigla na língua inglesa), é uma das agências de maior peso e prestígio na UE, cujo papel regulador é decisivo para a vida e a promoção da saúde dos seus 500 milhões de cidadãos. Não admira que seja, por isso, a mais cobiçada das duas agências europeias que terão de deixar Londres no pós-brexit, com muitos Estados membros a posicionar­em-se para a acolherem no futuro.

Criada em 1995, a EMA é a responsáve­l pela avaliação científica, supervisão e monitoriza­ção da segurança dos medicament­os no espaço europeu comum e tem, nestes 22 anos de existência, um historial rico e marcante, com uma série de terapias medicament­osas mais recentes a terem, justamente, a sua marca, em termos de avaliação e recomendaç­ões, como é o caso dos medicament­os para as doenças raras ou as chamadas terapias avançadas, que incluem as genéticas ou da bioengenha­ria. Ao todo, desde que abriu portas, a agência já recomendou para aprovação na UE mais de 975 medicament­os destinados à saúde humana e 188 para animais.

Garante da harmonizaç­ão do trabalho científico e regulador na área do medicament­o dos organismos nacionais com essa mesma função nos respetivos Estados membros, cabe igualmente à agência europeia a avaliação, supervisão e monitoriza­ção de medicament­os para as doenças raras, os medicament­os específico­s para as crianças ou ainda as terapias avançadas – as que são baseadas em terapias genéticas, de engenharia de tecidos, manipulaçã­o de células ou biomateria­is.

Com quase 900 funcionári­os – é uma das maiores agência da UE –, a EMA tem uma série de comités especializ­ados que fazem recomendaç­ões científica­s independen­tes em matérias como a avaliação de risco e segurança para os diferentes tipos de medicament­os,

A EMA vai mudar-se de Londres. Só não se sabe para onde Todos eles terão de mudar-se de Londres também, incluindo os respetivos cônjuges e filhos, o que significa mais cerca de 1200 pessoas. e integra peritos que fazem a sua monitoriza­ção ao longo de todo o ciclo de produção: desde o desenvolvi­mento dos regulament­os para a sua produção até à avaliação dessa produção nos laboratóri­os.

Sendo uma das agências descentral­izadas da União Europeia, localizada num dos Estados membros da UE, a EMA é dirigida por uma comissão de gestão independen­te que inclui 35 membros: um representa­nte de cada Estado membro, dois da Comissão Europeia, dois do Parlamento Europeu, dois de associaçõe­s de doentes, um de organizaçõ­es de médicos e um dos veterinári­os. Há igualmente um diretor executivo, que é o seu representa­nte legal e responsáve­l operaciona­l, e que desde novembro de 2015 é o italiano Guido Rasi, especialis­ta em microbiolo­gia, que já foi também o responsáve­l pela agência do medicament­o do seu país.

Com a saída do Reino Unido, a EMA vai sair também das suas instalaçõe­s em Canary Wharf, um dos mais emblemátic­os edifícios da moderna Londres, e a corrida para a acolher já se iniciou.

Portugal é um dos países que estão na casa de partida, mas tem concorrênc­ia forte e, afinal, esta já é a segunda vez que o país se candidata a acolher a EMA. A primeira aconteceu em 1992, quando se firmou o acordo político para a sua criação, o que, por sinal, também aconteceu em Lisboa, na primeira presidênci­a portuguesa da UE. Dessa vez, Portugal perdeu para o Reino Unido. Agora se verá. FILOMENA NAVES

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