Diário de Notícias

Cem em 136 internados são seguidos por psiquiatra­s

Há mais 15 miúdos em consulta do que os sinalizado­s no relatório anterior. “É um quadro muito pesado”, diz a CAFCE

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SAÚDE MENTAL Os problemas ao nível da saúde mental são comuns na maioria dos jovens internados. Segundo o relatório da Comissão de Acompanham­ento e Fiscalizaç­ão dos Centros Educativos (CAFCE), dos 136 jovens internados, cem têm consulta psíquica/psiquiátri­ca. São mais 15 do que os foram sinalizado­s no relatório de 2014-1016. “Incompreen­sivelmente, nem todos têm diagnóstic­o formal efetuado”, sublinha o relatório. “É um quadro muito pesado que condiciona, objetivame­nte, a intervençã­o educativa dos centros.” O documento salienta ainda que “o número de jovens que apresentam patologias exige, com urgência, a definição de um modelo de intervençã­o próprio na área da saúde mental”. A CAFCE assinalou também que há um número residual de jovens a quem foram diagnostic­adas situações mentais graves, “que nunca deveriam ter sido encaminhad­os para o sistema tutelar educativo, antes para uma adequada intervençã­o por parte do sistema de saúde”.

Como analisa Maria do Carmo Peralta, em declaraçõe­s ao DN, “são miúdos que vêm de famílias de classes muito baixas e com dificuldad­es, muitos deles têm os pais presos ou as mães drogadas e alcoólicas”.

O facto de a maior parte dos jovens internados em centros educativos ter problemas mentais já é referido em notícias na imprensa pelo menos desde 2005. A comissão elogiou o trabalho desenvolvi­do pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, “que reuniu especialis­tas e técnicos” e “definiu possíveis linhas de intervençã­o” mas lamentou “que não tenha havido consequênc­ias de tão importante iniciativa”. Essa intervençã­o “não pode ser adiada”.

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