Diário de Notícias

Podemos vai tentar nova moção antes do Natal

Votação, apesar da derrota, deixou partido de Pablo Iglesias animado. Insultos e “bocas” do debate continuam a dar que falar

- ANA MEIRELES

Nesta semana, o Podemos foi o autor da terceira moção de censura da democracia espanhola, uma tentativa de derrubar o governo de Mariano Rajoy que acabou derrotada com 170 votos contra, 82 a favor, 97 abstenções (para ser aprovada precisava de 176 votos favoráveis). O facto de ter havido mais abstenções e votos a favor deu um alento ao partido de Pablo Iglesias, que já anunciou que irá tentar uma nova moção de censura neste ano. “Espero que antes do Natal consigamos tomar o governo ao PP”, declarou. Um dos primeiros passos para este objetivo é um entendimen­to com o PSOE, estando já marcado um encontro com os líderes dos dois partidos para a próxima semana (ver texto ao lado).

Para o Podemos, o resultado da moção de censura votada nesta quarta-feira foi muito satisfatór­io, apesar da derrota na votação, pois mostrou “o nervosismo do PP”, com um “Rafael Hernando sem autocontro­lo”, “revelou que perderam o debate”, disseram ontem várias fontes da direção do partido de extrema-esquerda ao El Mundo.

Rafael Hernando, o líder parlamenta­r do PP, foi realmente um dos protagonis­tas das 18 horas de debate desta semana no Congresso, que ficou marcado pelos mais variados insultos e até lágrimas.

Irene Montero, a líder parlamenta­r do Podemos, foi um dos alvos dos ataques, por ser namorada de Iglesias, o mais duro dos quais feito por Hernando, de tal forma que deixou a deputada em lágrimas. “Alguns dizem que esteve melhor a senhora Montero do que o senhor, mas eu não direi isso porque não sei que efeito teria na relação”, disse Hernando no debate, tendo sido obrigado a pedir desculpas pela presidente do Congresso, Ana Pastor.

Ontem, o deputado do PP garantiu que não é machista e afirmou que o choro de Montero se terá devido à derrota de Pablo Iglesias na moção de censura e não ao seu comentário.

O líder do Podemos também teve direito à sua quota de “bocas”. Durante o debate, Ana Pastor pediu a Iglesias que usasse a tribuna como orador, “não como palhaço!”.

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