Diário de Notícias

A “maldição” que persegue a Taça das Confederaç­ões

Até hoje, nunca o detentor do título nesta prova, que arrancou em 1992, conseguiu sagrar-se campeão do mundo

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Se a Taça das Confederaç­ões é considerad­a um teste para o Campeonato do Mundo, no plano desportivo quem passa nesse exame chumba no Mundial. Afinal, nunca o detentor do título da Taça das Confederaç­ões conseguiu levantar a Taça Jules Rimet.

A Argentina venceu a primeira edição, em 1992, mas no mundial dos Estados Unidos em 1994 não passou dos oitavos-de-final, com a Roménia como carrasco (2-3), numa campanha marcada pelo doping de Diego Maradona.

No ano anterior ao Mundial 1998, o Brasil foi o rei das Confederaç­ões, tendo até despachado a Austrália na final por 6-0, mas no Campeonato do Mundo foi derrotado no jogo decisivo, pela anfitriã França (0-3).

Os gauleses fizeram muito pior. Em 2001, venceram a prova mais curta, mas no ano seguinte falharam em toda a linha no Mundial que se disputou na Coreia do Sul e no Japão. Não passaram da fase de grupos e nem sequer marcaram um golo nos três jogos disputados, diante de Dinamarca, Senegal e Uruguai.

Depois, seguiu-se a hegemonia do Brasil na Taça das Confederaç­ões, uma vez que o escrete venceu a prova em 2005, 2009 e 2013. Na primeira vez, depois de golear a rival Argentina na final (4-1), não foi além dos quartos-de-final no Alemanha 2006, quando acabou derrotado pela França (0-1). Na segunda ocasião, prometeu ao vencer os cinco encontros das Confederaç­ões, mas voltou a cair nos quartos no África do Sul 2010, desta vez aos pés da Holanda (1-2). Na terceira, voltou a ser cem por cento vitorioso no torneio de teste, mas mesmo a jogar em casa foi eliminado com estrondo nas meias-finais do Mundial 2014, pela Alemanha (1-7). Agora, pela primeira vez desde 1995, a seleção canarinha não vai estar nas Taça das Confederaç­ões.

Contudo, convém recordar que a competição nem sempre se disputou com este formato, nome ou intuito. Nas duas primeiras edições, ambas na Arábia Saudita, chamava-se Taça do Rei Fahd. Em 1992, contou apenas com quatro equipas. Três anos depois, com seis, o triunfo foi para a Dinamarca. Em 1997, também no país árabe, já contou com oito equipas e a tutela da FIFA. Na primeira vez que foi disputada noutro país, o anfitrião México foi o mais forte, em 1999. E na última edição antes do atual formato de quatro em quatro anos, e sempre na sede do Campeonato do Mundo do ano seguinte, a França organizou e venceu em 2003. D.P.

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