Primeira-ministra esteve de manhã com os sobreviventes num hospital e, mais tarde, com famílias desalojadas e voluntários
Manifestantes exigem justiça e querem saber porque foram ignorados os avisos de segurança de três semanas, o mais próximo das suas antigas casas para garantir que os filhos continuam nas mesmas escolas. “Toda a gente afetada por esta tragédia precisa de garantias de que o governo está cá para elas neste momento terrível. E é isso que estou determinada em garantir”, afirmou.
Depois de se encontrar com famílias desalojadas e outros membros da comunidade local na igreja, May teve de ser escoltada pela polícia com vários populares a correr atrás do carro. Mais cedo, várias centenas de manifestantes tinham gritado “queremos justiça” e “tenham vergonha”, chegando a invadir o edifício das autoridades administrativas do bairro de Kensington e Chelsea (responsáveis pela gestão da torre de casas sociais), na esperança de confrontar os vereadores locais. Ao final do dia, o protesto alastrou para o centro de Londres, em direção a Downing Street.
Os manifestantes acusam as autoridades de esconder o número real de vítimas – há 30 mortos confirmados, mas a imprensa estima que esse número possa chegar aos 70 – e de os manterem na ignorância. Também criticam as autoridades locais por não terem ouvido os seus alertas de segurança em relação ao edifício de 24 andares. A polícia, que já abriu uma investigação criminal, está a estudar a hipótese de ter sido o revestimento da fachada do prédio, acrescentado no ano passado ao edifício construído nos anos 1970, o responsável pela rápida propagação do fogo.
Segundo o The Times, este tipo de revestimento é proibido nos EUA em edifícios com mais de 12 metros de altura (até onde chegam as escadas dos bombeiros). Já o The Guardian revelou que o material era o mais inflamável das duas opções propostas para a obra, sendo duas libras por metro quadrado mais barato do que o de qualidade superior.