“Portugal terá em 2050 mais de sete milhões de drones” Politécnico de Castelo Branco arranca com curso em fabrico destas aeronaves
CARLOS RODRIGUES LIMA Perante o crescimento do mercado, o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) decidiu abrir no próximo ano letivo um curso superior profissional em fabrico e manutenção de drones. O presidente da instituição, Carlos Maia, diz que se trata de uma oferta “formativa numa área de vanguarda”. O presidente da Associação Portuguesa de Aeronaves não Tripuladas (APANT), Gonçalo Matias, saúda a abertura do curso, considerando que o mesmo irá contribuir para a “profissionalização do setor”, que, segundo um estudo feito na Europa, movimentará, em 2050, mais de sete milhões de drones.
“O estudo prevê que a indústria cresça e muito. São esperados, em 2050, sete milhões de drones para lazer e 415 mil com utilização comercial”, explicou Gonçalo Matias, considerando que o curso aberto pelo IPCB pode trazer melhorias para o setor, “no que diz respeito ao fabrico das aeronaves, da operação e da pilotagem”. E isto porque, segundo o presidente da APANT, atualmente se assiste a um crescimento da utilização de drones, desde “a agricultura às inspeções de edifícios, passando pela proteção civil e na fotografia e vídeo”.
O novo curso em Fabrico e Manutenção de Drones foi recentemente aprovado e vai ser ministrado na Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco (ESTCB). O presidente do IPCB, Carlos Maia, explicou que a instituição tem um corpo docente qualificado e conta com várias parcerias com empresas já bem implantadas no mercado. “Estamos convictos de que terá uma elevada procura. Continuamos a estabelecer parcerias para consolidar esta aposta e já foram encetados contactos no sentido de a Força Aérea integrar a lista de parcerias, o que, além de todo o capital de conhecimentos que enriquecerão o curso, permitirá a disponibilização de campos de estágio privilegiados para os alunos”, sustentou. Sublinhou ainda que o crescimento da atividade económica neste setor de atividade é inequívoco e adianta que as aplicações de carácter lúdico rapidamente se expandiram para o setor de serviços, com aplicações no ramo da segurança, proteção civil, operações policiais, produção audiovisual, topografia, agricultura e manutenção.
“Atualmente, no nosso país e em particular na região de influência do IPCB, tem-se registado uma escalada ao nível da cadeia de valor com a instalação de duas empresas cuja atividade económica principal é o fabrico e a comercialização de drones (...)”, acrescentou o presidente do IPCB em comunicado.
Carlos Maia explicou ainda que a existência do laboratório de ensaios aeronáuticos nas instalações do ISQ em Castelo Branco, que conta entre os seus clientes com a Agência Espacial Europeia e a Embraer, tem tido um efeito catalisador para a atração de empresas do setor aeronáutico para a região. “Espera-se que estas empresas venham a alavancar a atividade económica de empresas do ramo metalomecânico e de estruturas, que se possam especializar nesta área e diversificar a sua produção e os seus clientes”, frisou.