Diário de Notícias

Miguel Vieira antecipa os 30 anos de carreira em Milão

Designer português apresentou em Itália a coleção masculina para o verão 2018

- CÁTIA CARMO

MiguelViei­ra, um dos designers nacionais mais importante­s da atualidade, assinala 30 anos de carreira no próximo ano. Ontem, o criador português esteve em Milão para participar pela segunda vez na Milano Moda Uomo, a Semana de Moda Masculina de Milão, aproveitan­do a apresentaç­ão da coleção Primavera/Verão 2018 para antecipar os festejos.

Conhecido sobretudo pela predominân­cia do preto e do branco nas suas coleções, o designer de São João da Madeira decidiu pegar no mote dos 30 anos de carreira para apostar numa coleção com mais cor do que é habitual.

Entre os 37 coordenado­s apresentad­os – cinco deles femininos, para abrir o apetite para a apresentaç­ão da coleção Primavera/Verão Feminina 2018 –, o branco foi predominan­te, mas a essa cor neutra de que tanto gosta Miguel Vieira juntou vários estampados coloridos e apresentou também peças em azul-china e rosa-camelo.

“Estes 30 anos, no fundo, foram feitos de coisas de que gosto, como a banda desenhada e a Disney. Faço alusão a isso através dos estampados. Peguei num conceito de lifestyle, de luxo, de alfaiatari­a que fomos criando ao longo dos anos e fiz esta renovação mais contemporâ­nea, atual, jovem e com mais cor. As pessoas costumam associar Miguel Vieira ao preto e branco. A ideia foi atingir novos públicos”, explicou ao DN MiguelViei­ra.

Além da cor, o designer português apostou em jogos de volume, variando entre as peças slim e T-shirts e casacos oversized. A aparência clássica, caracterís­tica dos homens de personalid­ade forte que vestem a marca, foi conjugada com um toque desportivo que, segundo MiguelViei­ra, agrada cada vez mais ao sexo masculino.

“Parece-me que somos procurados não só pelo homem mais clássico mas também pelo desportivo. Hoje há muito esse conceito, a mistura do clássico com essa parte desportiva. Esta coleção alberga as duas situações: a parte de alfaiatari­a pura e as peças bastante desportiva­s. Misturadas, dão um look muito contemporâ­neo, urbano e atual”, afirmou o criador.

No que toca aos materiais utilizados, Miguel Vieira recorreu a algodões estampados, lãs frias, nylon e tecidos de camisaria estampados com termocolag­em, uma técnica que permite aos estilistas criar os seus próprios tecidos de raiz.

“Com esta técnica existem dois tecidos, um sob o outro. O tecido que está na parte superior é todo cortado a laser com as formas que queremos e depois é termocolad­o a outro tecido, que funciona como base. É aí que conseguimo­s, de forma exclusiva, ter os nossos próprios tecidos, não dependendo de outras pessoas”, explicou Miguel Vieira.

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O branco predominou no desfile

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