Diário de Notícias

Primeiros 20 dias de junho com temperatur­as recorde

CALOR Nos dias 17 e 18 foram ultrapassa­dos os anteriores máximos de temperatur­a máxima para junho em quase todo o território

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O dia 17 de junho, que ficou marcado pelo início de um dos mais violentos incêndios florestais de que há memória em Portugal e pela trágica morte de 64 pessoas em consequênc­ia disso, registou um calor extremo, em que as temperatur­as máximas atingiram novos máximos para um mês de junho, em quase todo o território, à exceção do litoral norte e centro.

Lisboa, por exemplo, chegou quase aos 41 graus (40,8), quando o máximo anterior era de 39,3 graus, registados a 19 de junho de 2003. A Amareleja, tradiciona­lmente a localidade mais quente do país, atingiu os 43,8 graus, mas Tomar, ou Ansião, na região centro, não ficaram longe disso: respetivam­ente 43,1 (mais 1,1 graus do que o recorde anterior, registado em 2012) e 41,6 graus, o que foi um grau acima do seu anterior máximo em junho, também registado em 2012.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o valor médio da temperatur­a máxima durante os primeiros 20 dias de junho foi de 31,2 graus, o que é 5,8 graus superior ao valor normal para este mês. E a mínima seguiu exatamente a mesma tendência: a média foi de 15,5 graus, ou seja, dois graus superior ao valor normal. A temperatur­a média situou-se nos 23,3 graus, o que é 3,9 graus superior ao normal.

Neste cenário, destaca-se isolado o dia 17, cuja temperatur­a média chegou aos 29,4 graus (dez graus acima do normal). A média das máximas quase chegou aos 40 (39,1), o que é 13,8 graus superior ao normal, e nas mínimas a média atingiu 19,7 graus, o significa um desvio de mais 6,2 graus.

A maior parte do território esteve em onda de calor, que se iniciou a 6 e 7 de junho na faixa mais interior do território continenta­l, estendeu-se a todo o interior no dia 10 e, a partir do dia 15, passou a abranger também zonas da região de Lisboa e Vale do Tejo e o interior do Baixo Alentejo. Grande parte do território esteve 11 a 14 dias em onda de calor.

A seca que já vinha de trás agravou-se também desde o final de maio. Neste momento, 80% do território continenta­l está em situação de seca severa e extrema.

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