Diário de Notícias

Nacionalis­tas da Córsega em festa após eleição inédita de três deputados

Onda de resultados históricos começou há dois anos com vitória nas regionais. Um dos representa­ntes agora eleitos pôs fim a uma longa dinastia familiar política que mantinha o assento parlamenta­r desde o início do século XX

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ANA MEIRELES anos, até agora diretor do Gabinete de Transporte­s da Córsega.

Na Córsega do Sul, o novato Paul-André Colombani impôs-se com 55,9% face a Camille de Rocca Serra, d’Os Republican­os, que deixou escapar um lugar de deputado detido praticamen­te sem interrupçã­o pela sua família desde o início do século XX na segunda circunscri­ção deste departamen­to.

Nas legislativ­as de 2012, os nacionalis­tas tinham conseguido passar à segunda volta em duas das quatro circunscri­ções da Córsega, mas não haviam conseguido chegar à Assembleia Nacional em Paris, perdendo para três candidatos da UMP (antigo nome d’Os Republican­os) e um do Partido Radical de Esquerda.

Mas o momento alto dos nacionalis­tas corsos, pelo menos até agora, deu-se nas eleições territoria­is da Córsega de dezembro de 2015 – que se realizam ao mesmo tempo do que as regionais francesas e servem O professor reformado Michel Castellani (em cima, à esq.), o médico de clínica geral Paul-André Colombani (em baixo, à esq.) e Jean-Félix Acquaviva (em cima), diretor do gabinete de Transporte­s da Córsega, são os três eleitos do movimento nacionalis­ta Pè Corsica (Pela Córsega) para eleger os 51 deputados da Assembleia corsa – quando os dois partidos nacionalis­tas (Femu a Corsica e Corsica Libera, cuja união deu origem ao Pè a Corsica) conseguira­m eleger 24 deputados.

Para alguns analistas, a eleição deste trio será apenas uma presença “simbólica”, em que serão totalmente “afogados” pela onda de deputados fiéis ao presidente Emmanuel Macron. Mas os nacionalis­tas, garante Jean-Félix Acquaviva, farão ouvir “a voz do conselho executivo da Córsega”, o minigovern­o da ilha do Mediterrân­eo.

O objetivo dos três deputados corsos é fazer valer as suas reivindica­ções em torno do estatuto de residência para os habitantes da ilha, a equiparaçã­o do corso ao francês como língua oficial e a exigência de uma amnistia para prisioneir­os ditos “políticos”. Reivindica­ções que ganharam força com os resultados eleitorais de 2015, mas não receberam resposta do governo de Paris.

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