Pizzi vai conhecer o ídolo chileno que lhe vale o apelido
MEIA-FINAL Médio ainda não tinha 10 anos quando os amigos, em Bragança, lhe colaram o rótulo do antigo avançado do Barcelona
O Portugal-Chile de amanhã terá um duelo curioso entre dois protagonistas que não se conhecem mas têm uma grande afinidade. Falamos de Pizzi, o médio do Benfica, e Juan Antonio Pizzi, o argentino que é selecionador chileno. A separá-los estão 22 anos. Quando o médio português, ainda antes dos 10 anos e longe de ser uma estrela, jogava com os amigos em Bragança, o argentino era estrela do Barcelona (1996-1998) e os seus golos inspiravam os mais jovens.
“Quando ele jogava no Barça, eu no meu bairro fazia alguns golos e, como naquela altura o Pizzi estava em grande forma, os meus amigos deram-me esse nome”, revelou o médio, que se estreou em fases finais no sábado diante da Nova Zelândia.
Juan Antonio foi questionado pela imprensa chilena há quase um mês, quando saiu a convocatória da seleção portuguesa, sobre o médio com o nome dele. Na altura, o selecionador chileno sorriu e disparou: “Será o original contra o outro.” Mas não foi apanhado desprevenido, pois já tinha sido desafiado pela curiosidade para conhecer melhor o internacional português: “Para mim é um prazer e tenho muito respeito por ele. Tenho seguido a sua carreira e tem estado muito bem. Já merecia esta convocatória para a seleção.” Nessa altura, Pizzi, o original, expressou o desejo de se cruzar com o seu homónimo na Taça das Confederações. A hora está a chegar, num duelo que vale a presença na final, mas também um encontro inédito e especial para ambos. “Vou dar-lhe um abraço, mas espero que no fim do jogo o Pizzi português possa sorrir”, atirou o brigantino Luís Miguel.
Sentimentalismos à parte, o português assumiu ontem que “o Chile é uma das seleções favoritas na Taça das Confederações, a par da Alemanha”. O médio está consciente das “dificuldades” que os chilenos vão colocar, mas garantiu que a equipa das quinas vai entrar amanhã (19.00) na Arena Kazan “bem preparada” para enfrentar a seleção que ganhou as duas últimas edições da Copa América e “está a fazer uma boa Taça das Confederações”. “Vamos tentar fazer um bom jogo para estarmos na final de domingo”, sublinhou o médio, que admitiu ter deitado o olho ao Chile-Austrália (1-1), onde pôde confirmar que se trata de uma equipa com “excelentes jogadores, que jogam em grandes clubes europeus”.
Pizzi ainda destacou pertencer a “um grupo fantástico em que todos os jogadores se respeitam”, razão pela qual não o surpreendeu o facto de Cristiano Ronaldo ter oferecido a Bernardo Silva o prémio de melhor em campo no jogo com a Nova Zelândia. “Foi uma forma de demonstrar o carinho e a união entre todos, até porque o Bernardo estava com algumas de dores. Só mostra que a relação entre todos é fantástica”, frisou.