Diário de Notícias

Livros, material e mochilas vão custar aos pais 393 euros

Regresso às aulas. Custos vão ser mais baixos neste ano. Só os manuais custam em média 112,5 euros. Pais vão poupar nos livros do 1.º ao 4.º anos que vão ser distribuíd­os gratuitame­nte no ensino público. Compras online e marcas brancas de papelaria ajudam

- ANA BELA FERREIRA

Matilde Maia vai entrar no 6.º ano com cadernos, lápis e livros novos – a mãe ainda lhe falou dos manuais em segunda mão, mas ela preferiu os novos. Do ano passado vai manter mochila, compasso, máquina de calcular, estojo. “Tenho sorte, ela não estraga muito as coisas”, refere a mãe, Ana Pinto. Neste ano, conta gastar “até 200 euros”. “Os livros foram 146 euros e com o material que falta comprar não devo gastar mais de 200 euros.” Uma fatura muito abaixo dos 393 euros que os portuguese­s contam gastar neste regresso às aulas.

De acordo com o Observador Cetelem 2017, as principais despesas serão com material escolar essencial (mochilas e cadernos), materiais para a prática desportiva e materiais de apoio didático. A que se juntam os manuais, que neste ano custam em média 112,5 euros, apontam as contas da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL). A este preço acrescem sempre os livros de atividades e de apoio. “Na escola só pedem o manual, mas compro sempre os cadernos de atividades. Não compro todos, eles lançam sempre um caderno de atividades com cada manual, mas compro só aqueles que considero mais importante­s”, aponta Ana Pinto.

Esta mãe conta que no ano passado a fatura foi mais pesada, já que se tratou da transição de Matilde para o 2.º ciclo. “Foram mais disciplina­s e neste ano ainda vou aproveitar dois livros que servem para o 5.º e o 6.º anos.”

Ana Pinto, que mora na Maia, começa a planear o regresso às aulas da filha nas últimas semanas de agosto. Um pouco antes da maioria dos portuguese­s que, em regra, só se preocupam com os cadernos e livros escolares nas primeiras duas semanas de setembro.

Os encarregad­os de educação continuam a preferir as papelarias para fazer as compras escolares. No entanto, são cada vez mais (46%, segundo o estudo da Cetelem) os que fazem as compras online. Foi o caso da mãe de Matilde, que apesar de “gostar muito” de frequentar papelarias percebeu que teria mais poupanças com as compras online. “Acabamos por ficar mais limitados indo aos sítios, porque às vezes não têm tudo, depois não têm descontos, o que me levou nos últimos anos a aproveitar sempre o desconto direto da compra pela internet.”

A maioria dos pais continua a preferir comprar livros novos, isto apesar de ter aumentado a oferta de bancos de manuais usados. Segundo o estudo sobre as intenções de compra dos portuguese­s no regresso às aulas, são 90% dos pais que optam por comprar em primeira mão, ainda assim menos do que nos últimos anos, quando 94% optavam por comprar tudo novo. No caso de Ana, foi a filha que tomou essa decisão. “Ainda questionei a filhota se podíamos escolher livros usados, mas ela não quis e optámos também por não fazê-lo”, justifica.

Mesmo sem recorrer a manuais usados, há poupanças que podem ser feitas dependendo da escolha dos materiais e dos outros produtos. Por exemplo, um simulador criado pelo Montepio dá indicação que, dependendo das marcas escolhidas, um casal com dois filhos no 1.º ciclo pode gastar entre 69,20 e 321, 20 euros, isto apesar de não ter gastos em livros. A diferença entre a gama mais barata e a mais cara da papelaria é assim de 252 euros.

Além da compra dos materiais e livros, os pais aproveitam também esta época do ano para comprar roupa e calçado para os filhos. Despesa que normalment­e entra também na fatura do regresso às aulas. Apesar de o gasto médio se situar neste ano nos 393 euros, este é o valor mais baixo dos últimos três anos. Em 2015, os portuguese­s iam gastar 528 euros, em média.

Ana Pinto compra alguns dos cadernos de atividades sugeridos pelas editoras. Vai gastar 200 euros com a filha que está no 6.º ano

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Além dos livros escolares (que normalment­e são a maior fatia das despesas), famílias compram todo o material, roupa e calçado no início do ano letivo
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