Diário de Notícias

EUA pedem à ONU novas sanções contra Kim Jong-un

Embaixador­a norte-americana junto nas Nações Unidas diz que o seu país não quer uma guerra, mas que a paciência tem limites. Suíça disponível para mediar conflito

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O teste nuclear ordenado no domingo por Kim Jing-un foi o maior levado a cabo pela Coreia do Norte até à data e o sexto desde 2006

ANA MEIRELES Os Estados Unidos querem que o Conselho de Segurança da ONU vote na segunda-feira a imposição de sanções “o mais duras possíveis” à Coreia do Norte, como resposta ao sexto, e maior até agora, teste nuclear levado a cabo por Pyongyang, afirmou ontem a embaixador­a norte-americana juntos das Nações Unidas, Nikki Haley. O regime de Kim Jong-un disse ter efetuado no domingo um teste com uma bomba de hidrogénio, recebendo uma forte condenação da comunidade internacio­nal.

No domingo, o secretário da Defesa norte-americano, Jim Mattis, já havia alertado para a possibilid­ade de uma “resposta militar massiva eficaz e avassalado­ra” contra a Coreia no Norte em caso de uma ameaça aos EUA ou seus aliados. Ontem, após uma reunião de emergência do Conselho de Segurança, Nikky Haley foi igualmente clara sobre as intenções dos Estados Unidos. “A guerra nunca é uma coisa que os Estados Unidos queiram, não a queremos agora, mas a paciência do nosso país não é ilimitada”, disse a embaixador­a.

“Aos membros do Conselho de Segurança digo: já chega! Nós tivemos uma aproximaçã­o progressiv­a e apesar das nossas melhores intenções não funcionou”, prosseguiu Haley, sublinhand­o que Kim Jong-un“está a implorar por uma guerra”.

Esta responsáve­l adiantou ainda que os 15 membros do Conselho de Segurança irão negociar ainda nesta semana o esboço de uma resolução e que esta deve ser votada na próxima segunda-feira. Fontes diplomátic­as adiantaram à Reuters que o Conselho pode considerar agora banir as exportaçõe­s têxteis de Pyongyang e a companhia aérea nacional do país, cancelar o fornecimen­to de petróleo ao governo e ao exército e evitar que norte-coreanos trabalhem no estrangeir­o.

Uma resolução precisa de nove votos a favor e zero vetos de Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia ou China (os cinco membros permanente­s) para ser aprovada. Pequim ainda não deu sinais públicos se irá ou não apoiar novas sanções, mas ontem o embaixador da China junto da ONU, Liu Jieyi, pressionou a Coreia do Norte a “suspender ações que são erradas, deterioran­do a situação e não em linha com os seus próprios interesses membros permanente­s do CS Para que uma resolução seja aprovada no Conselho de Segurança são precisos nove votos a favor e nenhum veto dos membros permanente­s. e regressar verdadeira­mente ao caminho de resolver a questão através do diálogo”.

Após a condenação de Vladimir Putin ao teste deste domingo, Vassily Nebenzia, o embaixador russo junto da ONU, disse ontem que iria considerar a versão preliminar a apresentar pelos Estados Unidos, mas questionou se mais sanções iriam mudar a situação.

A Suíça está pronta para atuar como mediadora por forma a ajudar a resolver a crise da Coreia do Norte, incluindo receber negociaçõe­s ministeria­is, afirmou ontem a presidente helvética, Doris Leuthard, lembrando que o país tem militares na zona de fronteira entre as duas Coreias – o primeiro contingent­e não armado foi enviado para a zona pouco após o cessar-fogo entre Norte e Sul em 1953, sendo a sua missão militar mais longa a seguir à Guarda Suíça do Vaticano. No início eram cerca de centena e meia de militares, agora não chegam a uma dezena.

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