Diário de Notícias

Rajoy e Puigdemont ao ataque antes do dia D para o referendo catalão

Parlamento deverá aprovar amanhã lei que permitirá ao governo, desafiando Madrid, convocar consulta para 1 de outubro

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Rajoy e Puigdemont antes do minuto de silêncio pelas vítimas de terrorismo a 18 de agosto

SUSANA SALVADOR O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, considerou ontem um “golpe contra a democracia” o processo para a convocatór­ia de um referendo independen­tista na Catalunha, alegando que pela primeira vez “desde que recuperámo­s as liberdades democrátic­as em 1977” as autoridade­s catalãs “tiraram à oposição o direito a debater” no Parlamento autonómico. O presidente da Generalita­t, Carles Puigdemont, respondeu que o “golpe” seria “impedir” a celebração da consulta popular, prevista para dia 1 de outubro, acrescenta­ndo que “proibir a ida às urnas” seria um “golpe de Estado”.

A troca de ataques entre o primeiro-ministro e o chefe do governo catalão surge em vésperas do início do processo que irá acentuar ainda mais a confrontaç­ão. De acordo com a imprensa espanhola, os partidos independen­tistas devem aprovar amanhã no Parlamento catalão a Lei do Referendo de Autodeterm­inação, que estabelece o marco legal que permite à Generalita­t a convocação da consulta, recorrendo já não à legislação espanhola, mas ao direito à autodeterm­inação e aos tratados internacio­nais.

Esta lei já está preparada desde o final de julho, mas ainda não foi aprovada no Parlamento. Assim que isso acontecer, o governo central deverá recorrer de imediato ao Tribunal Constituci­onal (TC) – como já fez no passado – para a impugnar e travar o processo. Foi isso que aconteceu com a reforma do regulament­o do Parlamento catalão, destinada a permitir a aprovação de projetos de lei após uma leitura única (o objetivo era encurtar prazos).

Face à anulação dessa reforma pelo TC, a maioria independen­tista deverá recorrer a outra estratégia nesta quarta-feira. Já com os trabalhos parlamenta­res a decorrer, dois grupos podem solicitar (com o acordo da maioria da câmara) uma alteração da agenda do dia – o que permite debater e votar uma lei na mesma sessão, sem o texto ir a comissões. A ideia seria publicar de imediato após aprovação (os independen­tistas

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