Queer Lisboa homenageia George Michael
Festival começa no dia 15 e dedica retrospetiva a artista Shu Lea Cheang
Uma retrospetiva da artista taiwanesa Shu Lea Cheang, que irá mostrar uma instalação no Museu do Chiado e dar uma masterclass, é o principal destaque do Festival Internacional de Cinema Queer Lisboa, que decorre de 15 a 23 deste mês. Também o músico George Michael, falecido em 2016, será recordado através de um conjunto de telediscos na secção Queer Pop1 (sábado dia 16 às 18.00) .
A programação do festival foi ontem apresentada. “O grande destaque é a secção dedicada a Shu Lea Cheang, um dos nomes mais relevantes no cinema queer atualmente, porque ela não apenas cruza uma série de disciplinas artísticas – trabalha desde instalação, performance, vídeo, cinema –, mas também, em termos teóricos, está muito atenta àquilo que se tem vindo a desenvolver em teoria queer, de género. Conseguimos reunir as condições para tê-la cá e também, a propósito da nova longa que estreou em Berlim, resolvemos fazer uma grande retrospetiva em torno do trabalho dela”, disse à agência Lusa o diretor do festival, João Ferreira.
A 21.ª edição do Queer Lisboa vai decorrer no Cinema São Jorge, com atividades paralelas no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, contando com a estreia de God’s Own Country, de Francis Lee, na abertura, e com Mãe Só Há Uma, de Anna Muylaert, no encerramento.
Fora de competição, o artista e ator pornográfico Colby Keller vai apresentar o projeto Colby Does America e dar uma masterclass de entrada gratuita, estando também prevista a participação no festival de Yan England, a apresentar o filme 1:54, protagonizado por Antoine-Olivier Pilon, e a antestreia nacional de Quand On A 17 Ans, de André Téchiné.
Na competição de longas-metragens vão estar AsYou Are, de Miles Joris-Peyrafitte, Beach Rats, de Eliza Hittman, The Beach House, de Roy Dib, Los Objetos Amorosos, de Adrián Silvestre, Pieles, de Eduardo Casanova, Looping, de Leonie Krippendorf, Close-Knit, de Naoko Ogigami, e Corpo Elétrico, de Marcelo Caetano.
Nas curtas-metragens, a organização realça a presença portuguesa com Où En Êtes-Vous, João Pedro Rodrigues?, de João Pedro Rodrigues, Coelho Mau, de Carlos Conceição, Os Humores Artificiais, de Gabriel Abrantes, e Gonçalo Almeida, com Phantom, para além dos estrangeiros My Gay Sister, de Lia Hietala, e Les Îles, a última curta de Yann Gonzalez.
“Temos alguns títulos particularmente fortes. Foi um ano em que muitos destes filmes queer passaram por grandes festivais, por Cannes, Sundance, Locarno, o CPH:DOX”, explicou João Ferreira.
Além do Queer Lisboa, volta neste ano a ser organizado o Queer Porto, que decorre de 4 a 8 de outubro.