A COSTA JÁ NÃO É SÓ A PRAIA DOS LISBOETAS. HOSTELS ATRAEM SURFISTAS TODO O ANO
Taxa de ocupação subiu 30%, sobretudo graças a espanhóis, alemães e nórdicos, e está a dar gás à reabilitação. PÁGS. 42 E 43
Fogo na Sertã, combatido com meios aéreos, colocou casas em risco
RUTE COELHO O incêndio que lavra desde a tarde de sexta-feira no concelho da Sertã aproximou-se ontem de várias aldeias e destruiu um armazém de material elétrico na Várzea dos Cavaleiros. O perigo levantado pelas chamas intensas obrigou novamente ao corte do Itinerário Complementar (IC) 8, à tarde, entre Vale do Pereiro e a Sertã, depois de a circulação ter sido reaberta naquela via na manhã de ontem. Desde sexta-feira, 13 moradores tiveram de ser retirados das suas casas, com as habitações ontem a voltarem a ser ameaçadas pelas chamas.
O comandante da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Paulo Santos, disse que este grande incêndio no distrito de Castelo Branco estava a aproximar-se de aldeias do concelho da Sertã, a meio da tarde, mas ainda não havia, nessa altura, localidades evacuadas. Paulo Santos adiantou ainda que foram mobilizados para várias aldeias, como Ribeira da Várzea, Póvoa da Várzea, Hortas e Vale do Pereiro, grupos de apoio com ambulâncias para auxiliar as populações e evacuar as localidades em caso de necessidade.
O comandante da ANPC indicou também que uma habitação em Póvoa da Várzea foi atingida pelo fogo.
O presidente da Câmara da Sertã, José Farinha Nunes, lamentou o cenário difícil para os bombeiros e para as populações: “É mais um dia terrível para o concelho da Sertã, o fogo lavra com uma velocidade incrível, são tantas as projeções e tantos os focos que se torna uma situação muito difícil”, disse, em declarações à Rádio Condestável. O autarca temia que com a velocidade que levava o incêndio não tardasse em passar para um dos concelhos limítrofes da Sertã, Proença-a-Nova ou Mação.
Segundo a ANPC, o incêndio lavra desde as 17.35 de sexta-feira e tem estado a ser combatido por 627 bombeiros, 206 veículos e 13 meios aéreos. O comandante Paulo Santos explicou que houve um reforço de meios, porque o incêndio estava “bastante intenso” e o combate era dificultado pela ação dos ventos fortes. Descreveu ainda este fogo como “bastante complexo” e que não estava “a ceder aos meios” de combate, que “não conseguem acompanhar a frente do fogo”.
A Sertã tinha sido atingida por um outro grande incêndio florestal em meados de agosto.
Já o incêndio da Covilhã, também no distrito de Castelo Branco, entrou ontem em fase de resolução, embora ainda permanecessem ontem no local 300 operacionais, apoiados por 90 viaturas e dois meios aéreos. O fogo ainda estava “a dar trabalho” aos bombeiros e a ter algumas reativações, referiu Paulo Santos. Com Lusa