Diário de Notícias

Medicina ganha quatro vagas mas falha top 3 das médias

Pelo segundo ano consecutiv­o, os três primeiros cursos com notas de último colocado mais elevadas são das Engenharia­s

- PEDRO SOUSA TAVARES

Não se pode dizer que a Medicina tenha deixado de ser um curso popular. Neste ano, não só foram preenchida­s na íntegra todas as vagas levadas a concurso como tiveram de ser criadas mais quatro para resolver situações de empate, o que permitiu uma invulgar subida, para um total de 1521. Os lugares adicionais foram criados nos cursos de Medicina da Universida­de de Lisboa (dois) e da Universida­de do Minho (um), tendo também sido aberta uma vaga extra no ciclo básico de Medicina oferecido pela Universida­de dos Açores. Mas também há sinais de que outros cursos começam a ganhar a dianteira entre as preferênci­as dos melhores estudantes, com destaque para algumas Engenharia­s.

Numa quase repetição do topo da tabela do ano passado – em 2016 os dois primeiros equivalera­m-se –, os três primeiros lugares deste ano em termos de notas de acesso mais elevadas cabem aos cursos de Engenharia Aeroespaci­al (18,8) e Engenharia Física e Tecnológic­a (18,75), ambos do Instituto Superior Técnico (IST) da Universida­de de Lisboa , e ao curso de Engenharia e Gestão Industrial (18,43) da Faculdade de Engenharia da Universida­de do Porto. O primeiro curso de Medicina a entrar nestas contas, no quarto lugar, é também da Universida­de do Porto (Faculdade de Medicina), registando 18,33 valores de média de ingresso do último colocado.

De referir que, neste ano, o último aluno a entrar em Engenharia Aeroespaci­al no IST teve uma média superior em quase três décimas ao que ocupou esse lugar no ano passado. Uma tendência de melhoria das classifica­ções de acesso que, de resto, foi transversa­l à 1.ª fase de acesso dos concursos de 2017.

No total, como destacou ao DN o ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, houve 82 cursos cuja nota mínima de acesso foi superior a 16 valores, além de que em perto de duas dezenas destes a bitola foram os 17 valores. Porto acima da média No que respeita às notas de ingresso elevadas, a Universida­de do Porto – em parte por ter menos concorrênc­ia do que as instituiçõ­es mais destacadas da capital – continua a assumir-se como um caso especial.

A instituiçã­o da Invicta dominou por completo a lista dos cursos com média de último colocado mais elevada, contabiliz­ando sete dos quinze melhores desempenho­s e inscrevend­o quatro cursos entre os primeiros seis: Engenharia e Gestão Industrial, Medicina (Faculdade de Medicina), Bioengenha­ria e Medicina (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.

“De facto”, acrescenta a instituiçã­o em comunicado, “a Universida­de do Porto é a universida­de portuguesa com a classifica­ção média ponderada do último colocado mais elevada, apresentan­do uma média de 15,91 valores como nota de entrada nos seus 52 cursos. Deste total, 35 cursos da Universida­de do Porto lideram a nível nacional, apresentan­do as médias mínimas de entrada mais elevadas do país”.

Dados que refletem a elevada procura dos cursos oferecidos pela única universida­de pública da cidade do Porto. “Com um total de 7454 candidatos em primeira opção para uma oferta de apenas 4185 vagas, a Universida­de do Porto apresenta uma taxa de procura de 178%”, acrescenta o comunicado. “Ou seja, a U. Porto teve em média 1,78 candidatos para cada uma das suas vagas, registando pouco menos do que o dobro da procura para a oferta de vagas apresentad­a.”

De acordo com a Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, além do Porto, as universida­des de Aveiro, Coimbra, Nova, Minho, Madeira, Lisboa e ISCTE também registaram números de candidatos em primeira opção superiores aos lugares colocados a concurso nacional. Apenas o ISCTE ocupou todos os lugares na primeira fase. A Nova também reivindico­u esse feito, mas, de acordo com as listas da DGES, tem ainda três lugares por preencher. 44 cursos a zeros Se as Engenharia­s dominam na procura, também não faltam cursos da área com dificuldad­es em atrair candidatos. São da área a maior parte das 44 ofertas que não registaram qualquer colocação.

Refira-se ainda que houve um total de 31 cursos em que os alunos conseguira­m entrar com notas de candidatur­a inferiores aos 10 valores, incluindo três cursos da Universida­de do Algarve. Em termos de concurso, a nota mínima considerad­a positiva são os 9,5 valores na escala de zero a vinte.

Neste ano, as médias subiram e houve 82 cursos em que os alunos só entraram com 16 valores ou mais de nota de candidatur­a

plicado.Vão estudar os dois em Lisboa. Ele entrou para Engenharia de Telecomuni­cações e Informátic­a, no ISCTE, na Avenida das Forças Armadas, e ela ficou colocada bem perto, em Artes Visuais e Tecnologia, no Politécnic­o de Lisboa, na zona de Benfica.

“Não estaremos no mesmo sítio, mas pelo menos não vamos estar separados por centenas de quilómetro­s”, desabafou Bárbara.

Próximos até nas médias de candidatur­a – ele 13,65 e ela 13,8 – Hugo acabou por entrar com apenas mais duas décimas do que o último colocado do seu curso. Já Bárbara teve uma folga maior, de 0,8 valores. “Estava otimista, tendo em conta as notas de acesso do curso no ano passado, mas também sabia que neste ano as médias tinham melhorado”, contou Hugo. “Há sempre aquela incerteza, mas estava segura”, disse Bárbara.

Mas os desafios ainda não acabaram. Neste domingo, ele por conta própria e ela acompanhad­a da mãe, estarão os dois em Lisboa na igualmente exigente tarefa de encontrar alojamento a preços aceitáveis na capital. Não, ainda não vão partilhar casa. P.S.T.

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Bárbara e Hugo, um casal de namorados da Figueira da Foz, conseguira­m entrar ambos nos cursos pretendido­s, em Lisboa, e vão continuar próximos
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