Apenas 15% dos alunos do profissional seguem estudos
Aumentar o acesso entre os finalistas desta via de ensino passa pelo reforço dos cursos Técnicos Superiores Profissionais
A variante de ensino seguida no secundário continua a ter uma forte correlação com as perspetivas de prosseguir estudos nas instituições do ensino superior. A via científico-humanística continua a ser a fonte privilegiada de novos alunos para as instituições. Mas o governo está a tentar mudar a tendência, apostando nos cursos técnicos superiores profissionais (TESP), de dois anos, que não conferem um grau superior mas permitem prosseguir os estudos.
Neste ano letivo são esperadas cerca de 6800 novas entradas nestes cursos, o que representará um aumento significativo em relação ao ano passado, em que não chegaram a entrar quatro mil estudantes.
A via profissional tem sido uma boa forma de alcançar a meta de levar cada vez mais alunos a concluírem com sucesso a escolaridade obrigatória. Em 2015-16, de um total de 68 167 conclusões, 23 625 respeitavam a alunos que tinham seguido esta via. Mas em termos de prosseguimento de estudos nas instituições do ensino superior, a realidade ainda era muito distinta.
No mesmo ano letivo, 80% dos diplomados da via científico-humanística estavam a estudar nas universidades e institutos politécnicos. No Tecnológico e Artístico Especializado, com pouca expressão em termos de alunos, 61% e 55% dos estudantes, respetivamente, também tinham prosseguido os seus estudos no superior.
Mas no grupo dos cursos profissionais – que representa perto de um terço de todos os que concluem o superior – os números eram francamente mais modestos, não indo além dos 15%.
Os cursos profissionais do secundário, que oferecem uma dupla certificação académica e profissional, foram concebidos como uma ferramenta para permitir aos estudantes entrarem no mercado de trabalho já com algum nível de especialização. Mas a forma como as empresas absorvem estes alunos varia muito, não só entre cursos como de região para região. Têm sido feitas algumas afinações, para os ajustar à procura do mercado, mas em muitos casos é necessária formação adicional.