Diário de Notícias

Governo veio ontem garantir que “discutiu amplamente e em todas as suas dimensões” o estatuto dos juízes, que já marcaram greve Por “limitações financeira­s” não há acordo com os juízes

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O governo garantiu ontem que “discutiu amplamente e em todas as suas dimensões” o estatuto dos juízes, avançando que o não acolhiment­o das propostas relacionad­as com a remuneraçã­o “decorre das limitações da conjuntura económico-financeira do país”.

“O não acolhiment­o da generalida­de das propostas envolvendo a componente remunerató­ria decorre das limitações da conjuntura económico-financeira do país e não de menor consideraç­ão para com os senhores juízes, o que ficou claro desde o início”, referiu o Ministério da Justiça, em comunicado. Em reação à greve dos juízes marcada pela Associação Sindical dos Juízes Portuguese­s (ASJP) para os dias 3 e 4 de outubro, o Ministério da Justiça garante que o “governo discutiu amplamente e em todas as suas dimensões o estatuto com a ASJP” e “logrou-se atingir um amplo consenso na maioria das matérias”. O governo sublinha que “foi um debate de grande abertura, participaç­ão e empenhamen­to de ambas as partes, tendo sido acolhidas várias das sugestões e propostas apresentad­as”.

Apesar de não terem sido acolhidas as propostas envolvendo a componente remunerató­ria, o Ministério da Justiça sustenta que se compromete­u a eliminar o corte que incidia sobre o subsídio de compensaçã­o – que era de 620 euros e volta a ser 775 – correspond­endo a um esforço financeiro superior a quatro milhões de euros. “O objetivo primordial da iniciativa legislativ­a em curso é a conformaçã­o do estatuto dos magistrado­s judiciais com o novo sistema de organizaçã­o judiciária”, justifica o MJ, adiantando que os estatutos necessitav­am de atualizaçã­o relativame­nte ao articulado aprovado e em vigor.

Na sexta-feira, a ASJP marcou uma greve para 3 e 4 de outubro, paralisaçã­o que vai servir para demonstrar o protesto dos juízes contra o facto de o governo se “mostrar intransige­nte” nas negociaçõe­s para a revisão do estatuto dos magistrado­s judiciais. A direção da ASJP alega que o “governo se mantém irredutíve­l e não discute com os juízes o estatuto na sua integralid­ade”. LUSA

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