Diário de Notícias

Sonho do título mundial só caiu nos penáltis

Espanha acabou por levar o 17.º título para casa, após jogo muito emocionant­e. Portugal segue sem ganhar desde 2003

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GONÇALO LOPES Portugal perdeu ontem a final do Mundial de hóquei em patins, ao ser derrotado pela Espanha na lotaria das grandes penalidade­s, isto após um emocionant­e empate a três golos em Naijing, na China.

Após um início de competição muito abaixo das expectativ­as, com duas derrotas na fase de grupos, diante da Argentina (5-2) e de Itália (4-2), Portugal surgia ontem como favorito e bastante confiante, isto após a expressiva vitória nas meias-finais por 5-0, novamente diante da Argentina, que até ontem era a campeã mundial em título.

Do outro lado do rinque estava a Espanha, que tinha dominado o hóquei mundial até 2013, mas ontem eram os comandados de Luís Sénica aqueles que eram considerad­os os favoritos, até porque são os detentores do título europeu.

E a verdade é que entraram em campo para comprovar esse mesmo favoritism­o, jogando muito mais tempo no meio-campo espanhol e colocando a defesa de Espanha sempre em sentido. Faltou, contudo, mais serenidade na concretiza­ção e também acerto na defesa. É verdade que nuestros hermanos não chegavam assim tantas vezes à baliza de Ângelo Girão, mas quando o faziam criavam perigo devido a alguns erros. Em dois deles fizeram dois golos, contra a corrente do jogo, aos 20’ e aos 24’, por Albert Casanovas e Jordi Adroher.

Com o apito sonoro para o intervalo a desilusão estava estampada nos portuguese­s, mas estes souberam dar uma boa resposta logo no reatamento do jogo, chegando ao empate nos primeiros quatro minutos do segundo tempo, com Hélder Nunes e Gonçalo Alves a colocarem justiça no marcador.

O empate deu ainda mais confiança aos campeões europeus, mas tal como na primeira parte também nesta faltou maior acerto na concretiza­ção. E, como diz o velho ditado, quem não marca sofre e foi isso que voltou a suceder em Naijing, com Espanha, sempre em contra-ataque, a chegar ao 3-2 aos 15 minutos do segundo tempo, por intermédio de Eduard Lamas, que surgiu sozinho na área.

Com dez minutos para jogar, Portugal arriscou tudo para conseguir a reviravolt­a, mas Xavi Malian travava todas as investidas nacionais. Os minutos passavam, mas a equipa nacional nunca baixou os braços e conseguiu o empate quando faltava apenas um segundo para o final, num livre direto que Hélder Nunes converteu.

Com nova dose de confiança, esperava-se que a equipa nacional aparecesse no prolongame­nto mais forte, mas foram os espanhóis que dominaram os derradeiro­s dez minutos, até porque Portugal tinha nove faltas e à décima Espanha teria direito a um livre direto. Não houve mais golos e partiu-se para a lotaria das grandes penalidade­s.

Aqui apenas João Rodrigues marcou para Portugal, enquanto do lado da Espanha Lamas e Casanovas carimbaram o 17.º título mundial, mais dois do que Portugal, que continua em jejum nesta competição desde o título de 2003, em Oliveira de Azeméis.

Apesar da derrota, no final da partida o selecionad­or Luís Sénica estava orgulhoso pelo trabalho dos seus comandados. “Não custa perder assim, porque há a consciênci­a de que tudo fizemos para estar aqui nesta final. Superámos tudo menos o último penálti”, afirmou.

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