Diário de Notícias

Luto nacional de três dias após sismo e furacão no México

O abalo fez pelo menos 64 mortos, enquanto o Katia causou duas vítimas mortais

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“A força da natureza pode ser devastador­a, mas a força da unidade e a solidaried­ade dos mexicanos é muito maior”, escreveu no Twitter o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, depois de visitar as zonas mais afetadas pelo sismo que deixou pelo menos 64 mortos. Enquanto continuava a busca por sobreviven­tes em Chiapas, Oaxaca e Tabasco, no vizinho estado de Vera Cruz lidava-se com a chegada do furacão Katia. Peña Nieto avisou que as chuvas podiam ser “particular­mente perigosas nas ladeiras afetadas pelo sismo” e pediu à população que evitasse estas zonas. Duas pessoas morreram precisamen­te num deslizamen­to de terras provocado pela tempestade.

O presidente declarou três dias de luto nacional pelas vítimas do abalo, o mais forte a atingir o México em quase um século. Já foram registadas mais de 700 réplicas do abalo de magnitude 8,1 (segundo o instituto de sismologia norte-americano, o mexicano aponta para 8,2), sendo a mais forte de 6,1. Com o epicentro no Pacífico, o abalo foi sentido a mais de 800 km de distância, na Cidade do México.

Mas foi na cidade de Juchitán, em Oaxaca, que o sismo foi mais forte, destruindo edifícios governamen­tais e causando a morte a 36 pessoas. “Encheu-se tudo de escombros, porque foi como cartas ou dominó a cair, não havia passagem, havia muitas pessoas a chorar”, contou a escritora Irma Pineda à agência de notícias Reforma. “Não conseguia manter-me de pé, tive de me apoiar num carro”, explicou. Na câmara municipal, um edifício de estilo colonial construído em 1860 que ficou totalmente destruído, os socorrista­s procuravam ontem resgatar um polícia municipal, que estaria sob os escombros.

“É o maior sismo na história do México, mas nós estamos aqui, Oaxaca está de pé”, assegurou o governador Alejandro Murat, explicando que mil militares foram destacados para garantir a segurança. O responsáve­l indicou ainda que bens alimentare­s, assim como milhares de colchões e cobertores estavam já a caminho para poder distribuir pela população atingida.

No estado de Chiapas, havia ontem registo de 15 mortos – as restantes quatro vítimas mortais viviam em Tabasco. Segundo a Proteção Civil de Chiapas, mais de um milhão de pessoas foram afetadas, havendo 5117 casas com danos parciais e mais de mil totalmente destruídas.

Na outra costa, 70 mil pessoas estavam sem eletricida­de após a chegada do Katia, que se dissipou pouco depois de ter deixado o golfo do México. O problema eram as chuvas e as derrocadas que estas poderiam provocar em terrenos já enfraqueci­dos com o sismo da véspera. Foi um deslizamen­to de terras que matou duas pessoas na capital de Vera Cruz, Xalapa. S.S.

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