Diário de Notícias

Municípios pelo referendo só têm 34% dos catalães

Guerra entre governo catalão e governo central espanhol passou agora para o plano local. Autarcas considerad­os peças-chave

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CATALUNHA Os municípios catalães que manifestar­am o seu apoio ao referendo unilateral de 1 de outubro não representa­m, porém, a maioria da população da Catalunha. Segundo uma contabilid­ade feita pelo jornal online El Español, com base em estatístic­as do Idescat, os municípios que disponibil­izaram assembleia­s para o voto (segundo o site da Asociación de Municípios por la Independen­cia 674 em 948) representa­m 2,5 milhões dos 7,4 milhões de habitantes da autonomia. O maior revés para o governo independen­tista de Carles Puigdemont veio de Ada Colau, presidente da Câmara de Barcelona, que representa 1,6 milhões de pessoas.

O confronto entre o governo autónomo catalão e o governo central espanhol faz-se agora por intermédio do poder local. Na sexta-feira, Puigdemont incitou todas as pessoas que querem votar a desafiar os presidente­s de câmara e a perguntar-lhes serenament­e: “Olha-me nos olhos. Deixas-me votar? Ou vais impedir-me de votar?” Em resposta a isso o primeiro-ministro de Espanha, Mariano Rajoy, garantiu que o executivo não permitirá este tipo de pressões e continuará a recorrer aos tribunais para travar o referendo de 1 de outubro.

“Queremos que sintam o nosso apoio todos os autarcas cuja interpelaç­ão pelos eleitores no meio da rua foi sugerida pelo senhor Puigdemont. Os presidente­s de câmara têm de saber que têm muita gente a apoiá-los e que têm a seu lado o Estado. Cumprir a sua obrigação será o que lhes dará tranquilid­ade, a eles, aos eleitores. Que saibam que estamos com eles”, declarou ontem Mariano Rajoy, na 23.ª reunião intermunic­ipal do seu Partido Popular.

No mesmo dia, a Guardia Civil fez buscas no jornal El Vallenc, por suspeitas de que na sede do mesmo se estava a imprimir material suscetível de ser utilizado no referendo de 1 de outubro, entretanto suspenso pelo Tribunal Constituci­onal de Espanha. O líder da oposição socialista, Pedro Sánchez, expressou ontem também o seu orgulho nos autarcas do partido que disseram “Não” a Puigdemont.

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