O americano que gosta muito da Europa
› Fez 70 anos em fevereiro e desde que veio viver para França, na década de 70, que a Europa o atrai bastante, até porque muito do seu sucesso aconteceu neste continente. No entanto, o leitor do lado de cá do Atlântico nunca deixará de vê-lo como um escritor dos Estados Unidos, com intervenção política conhecida e uma última fase literária conotada com as grandes tragédias da governação de George W. Bush e de Donald Trump. A dá início a uma carreira que tem até agora como último capítulo o seu romance perto de um milhar de páginas com várias versões para a vida de um jovem protagonista Fergusson.
O debate com Paul Auster ocorre no auditório da Casa das Histórias Paula Rego, por onde irão passar a maioria dos 80 escritores portugueses e estrangeiros que se apresentam no Festival de Cascais nos próximos fins de semana, um conjunto de presenças que irão culminar com um imprevisível e muito aguardado encontro sem moderação entre o filósofo Eduardo Lourenço e o escritor António Lobo Antunes.
Até esse último sábado de setembro irão subindo ao palco vários atores da literatura, mas não só, pois a 17 acontece um momento alto: a projeção do filme Julia, de Fred Zinnemann (1977), após o que a atriz Vanessa Redgrave irá estar presente para uma conversa. No mesmo fim de semana, as escritoras Lídia Jorge e Rosa Montero (a 15) dialogam sobre a sua obra, bem como os autores Gonçalo M. Tavares e Alexandra Lucas Coelho (a 16) e Clara Ferreira Alves com Rodrigo Guedes de Carvalho.
Ao quarto fim de semana, será a vez de uma outra inesperada parceria em palco: as escritoras Selva Almada e Sophie Hannah. A primeira teve traduzido o seu romance há poucos dias e a segunda com vários livros já editados em Portugal. Outra dupla tão inesperada como esta também será a feita entre Jaime Nogueira Pinto e Ruben de Carvalho... Voltando ao plausível, surge o debate entre Hélia Correia e Nuno Júdice e a homenagem a Manuel Alegre, recentemente galardoado com o Prémio Camões. O poeta e ensaísta José Tolentino Mendonça e o historiador António Borges Coelho são outras das presenças anunciadas para o último fim de semana.
Como o FIC não vive apenas de literatura nem Camões serve de mote apenas para essa área da cultura – a obra do poeta sugere a temática dos eventos –, nos próximos fins de semana irão passar por Cascais vários fadistas na Gala do Fado, como Ana Moura e Cuca Roseta, bem como o cantor Fernando Tordo e vários representantes da música clássica: a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras e a Sinfónica de Cascais, o Coro de Santo Amaro de Oeiras e coros gregorianos Solemnis e Laus Deo.
Camões regressará (a 28 e 29) a pretexto do teatro com a representação de Auto d’el Rei Seleuco, uma entre as várias peças da programação, visto que a 2.ª Mostra de Teatro Jovem tem seis outras montagens. Além da Feira do Livro, estarão a decorrer onze exposições em vários locais daquela vila.