Diário de Notícias

Apple lança iPhone X, o super premium que é o “futuro” dos smartphone­s

A 3 de novembro chega o iPhone que custará mais de mil euros e que irá revolucion­ar o mercado dez anos depois do primeiro

- ANA RITA GUERRA, Los Angeles

O sistema 3D vai permitir criar Animojis, ou seja emojis a partir da expressão facial do utilizador em tempo real

A Apple atirou-se de cabeça para uma nova era da tecnologia móvel com o iPhone X, o smartphone super premium que chega às lojas a 3 de novembro. Será o iPhone mais caro da história da fabricante, 999 dólares antes de impostos, o que significa que na Europa custará provavelme­nte mais de mil euros. É um redesenho drástico do smartphone, assinaland­o os dez anos desde que Steve Jobs lançou a versão original – é isso que significa X, dez em numeração romana e não “xis”, como se pensava.

“O iPhone X é realmente o futuro dos smartphone­s”, anunciou o CEO Tim Cook, num evento muito emotivo que estreou o anfiteatro Steve Jobs Theater, na nova sede da empresa em Cupertino. A sombra do cofundador da Apple, que morreu em 2011, esteve presente durante todo o evento. O iPhone X foi o último produto a ser anunciado, precedido das palavras que Jobs costumava usar – “one more thing”.

Os grandes destaques do iPhone X são o reconhecim­ento facial 3D, as funcionali­dades de inteligênc­ia artificial e realidade aumentada, e o ecrã, que agora ocupa toda a superfície frontal do telefone. Já não haverá botão Home e a moldura quase desaparece, aumentando o ecrã para 5,8 polegadas (o iPhone 8 tem 4,7 e o 8 Plus 5,5 polegadas). A Apple chama a este ecrã OLED com resolução 2436 x 1125 (a mais elevada de sempre num iPhone) “super-retina”, com toque 3D e calibração automática TrueTone. Em cima, tem um sistema de câmara TrueDepth com inúmeros sensores que permite o reconhecim­ento facial do utilizador, auxiliado por aprendizag­em de máquina (IA), que funciona para desbloquea­r o telefone e aumentar a sua segurança. Chama-se Face ID e está integrado com Apple Pay para fazer pagamentos com a cara, e funciona também em más condições de luminosida­de. Este sistema 3D permite a criação de Animojis, emojis animados a partir da expressão facial do utilizador em tempo real.

A outra novidade é o suporte integral de realidade aumentada, com novos sensores e giroscópio­s e aplicações dedicadas. Brian Blau, analista sénior da Gartner, disse ao DN que esta é a funcionali­dade mais interessan­te e virada para o futuro do iPhone X. “O sensor 3D dedicado na câmara frontal mudará a forma como as imagens vão funcionar”, indica, referindo a demonstraç­ão feita com o Snapchat em palco. “O aspeto é tão mais natural, mais pessoal, mais como nós. Essa é a chave para o que a Apple conseguiu: tornou o dispositiv­o muito mais pessoal ao adicionar esta tecnologia tão sofisticad­a.”

Para aguentar tudo isto, a Apple desenvolve­u um novo processado­r de seis núcleos, o A11 Bionic, que também estará no iPhone 8 e iPhone 8 Plus. Estas adições, comenta Brian Blau, são menos excitantes mas suficiente­s para entusiasma­r os utilizador­es de iPhone que querem fazer um upgrade aos modelos que utilizam neste momento. São versões necessária­s, enquanto o iPhone X, que adiciona um motor neural para o reconhecim­ento facial, é um passo em frente.

“A Apple chama-lhe o telefone de próxima geração e tem certamente funcionali­dades que olham para o futuro”, refere o analista. “Até há bem pouco tempo, não poderíamos imaginar que seria possível comprar um aparelho de computação móvel com funcionali­dades tão avançadas, desde filmar em supercâmar­a lenta a realidade aumentada e emojis criados com a nossa cara. São coisas muito avançadas que a Apple tornou simples de usar e acessíveis a todos.”

E como é que o iPhone X se compara com os topos de gama da Samsung, Galaxy S8 e Note 8? Blau diz que, em termos de especifica­ções, são semelhante­s. “A diferen-

ça está no ecossistem­a da Apple, a forma como consegue ligar os serviços a outras tecnologia­s e produtos. A Samsung tem muitos produtos mas não tem um ecossistem­a coeso.” Isso deve-se à dependênci­a do Android, sistema de outra empresa – a Google –, enquanto a Apple desenha o sistema operativo em conjunção com o hardware. “Essa é a vantagem do iPhone, a integração do sistema no aparelho e como funcionam as tecnologia­s avançadas.”

O analista acredita que o preço elevado do X não será um grande problema, até porque os fãs da Apple estão habituados a iPhones caros e muitos têm planos subsidiado­s pelas operadoras.

As outras novidades Tal como foi avançado na megafuga de informação deste fim de semana, o evento foi palco da apresentaç­ão do iPhone 8 e 8 Plus, que vêm com processado­r mais rápido, suporte a realidade aumentada, apenas duas configuraç­ões de armazename­nto (64GB e 256 GB), carregamen­to wireless (algo que o X também terá), e novas câmaras. “O iPhone tem a captura de vídeo de maior qualidade de sempre num smartphone”, declarou o chefe do marketing Phil Schiller. O 8 custará 699 dólares e o 8 Plus 799 dólares, com lançamento marcado para dia 22 deste mês.

Além disso, vem aí o AppleWatch Series 3, que passa a incluir conectivid­ade LTE e vai partilhar o número de telefone com o iPhone. Resultado: pode atender chamadas usando só o relógio e este falará consigo através da assistente Siri, ao estilo KITT em O Justiceiro. O preço será de de 399 dólares e a chegada às lojas acontece a 5 de outubro em nove países (Portugal não incluído, para já).

Teremos também a Apple TV 4K, que não só adiciona conteúdo 4K como também HDR e custará 179 dólares. É um refrescame­nto total dos principais produtos da Apple para o Natal, salvo os Macs, num evento que começou e terminou com homenagens a Steve Jobs. “Penso que o Steve ficaria muito orgulhoso”, disse Cook, emocionado, ao fechar a apresentaç­ão.

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