Diário de Notícias

Sérgio Conceição venceu sempre nas estreias pelo FC Porto

Treinador faz hoje batismo na Liga dos Campeões diante do Besiktas. Como jogador, as estreias correram sempre bem

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NUNO FERNANDES Pode ser apenas uma coincidênc­ia, mas não deixa de ser um bom presságio para o dia em que Sérgio Conceição se vai estrear como treinador na Champions, a competição mais importante a nível de clubes (hoje, no Dragão, frente ao Besiktas, 19.45, SportTV1). De dragão ao peito, Conceição venceu sempre nos seus jogos de estreia, tanto como jogador como enquanto treinador, numa saga que teve início em 1996, quando foi chamado por António Oliveira a integrar o plantel dos dragões, depois de ter rodado no Felgueiras, onde trabalhou com... Jorge Jesus.

A estreia como jogador do FC Porto aconteceu no dia 18 de agosto de 1996, na primeira mão da Supertaça, no velhinho Estádio das Antas. Sérgio entrou aos 66 minutos para o lugar do brasileiro Edmilson, numa altura em que o resultado já era favorável aos dragões graças a um golo de Domingos Paciência – o FC Porto haveria de conquistar o troféu com uma goleada por 5-0 em pleno Estádio da Luz.

No campeonato, a estreia do então jovem extremo ocorreu a 7 de setembro desse ano de 1996, logo na primeira jornada. Aposta de António Oliveira como titular, numa equipa onde, entre outros, alinhavam Aloísio, Jorge Costa, Rui Barros, Paulinho Santos, Drulovic e Mário Jardel, o FC Porto venceu por 3-0, com golos de sotaque brasileiro – Edmilson, Jardel e Artur.

Quatro dias depois, a 11 de setembro de 1996, Conceição, na altura o n.º 7 dos portistas, tinha uma estreia de fogo na Liga dos Campeões, o seu primeiro jogo nas competiçõe­s europeias, com o FC Porto a deslocar-se a San Siro para defrontar o poderoso AC Milan, onde pontificav­am craques como Maldini, Desailly, Boban, Albertini, George Weah e Roberto Baggio. E nova vitória, num dos jogos mais memoráveis do FC Porto nas provas da UEFA, com um triunfo categórico por 3-2. Marcaram Artur e Mário Jardel, este por duas vezes.

Três competiçõe­s, três estreias, três vitórias. Faltava a Taça de Portugal dessa mesma época. O FC Porto entrou em ação na quinta eliminatór­ia, com uma receção ao Varzim, nas Antas, que terminou com uma goleada por 4-0. Sérgio Conceição foi mais uma vez titular (deu o lugar a Wetl aos 55’), numa partida onde se estreou a marcar, apontando o último golo do FC Porto diante da equipa da Póvoa.

Sérgio Conceição acabou por deixar os dragões no verão de 1998, dando início a uma aventura em Itália, onde represento­u clubes como Lazio, Parma e Inter Milão. Haveria de regressar ao FC Porto, onde realizou a época 2003-04.

A carreira de treinador começou na temporada 2011-12, quando a meio da época substituiu Daúto Faquirá no Olhanense. Mas o regresso

Treinador do FC Porto não pode contar hoje com Aboubakar e Maxi, ambos castigados ao Dragão, agora na qualidade de treinador, só aconteceu neste verão, a 8 de junho, dia da sua apresentaç­ão. Dois meses depois, estreou-se de forma oficial no banco... e também com uma vitória – 4-0 ao Estoril, em casa, com golos de Marega (dois), Brahimi e Marcano. Emoção sem fita métrica Esta noite é dia de batismo na Champions, como treinador, 21 anos depois da sua estreia como jogador na competição. O técnico portista falou ontem do tema, mostrou-se satisfeito por poder orientar a equipa na Liga dos Campeões, mas garantiu que a ambição é sempre a mesma.

“Na minha estreia ganhámos em San Siro, e lá está a importânci­a de começar bem. Era sempre uma grande emoção quando vestia a camisola do FC Porto ou de outro clube. Mas o FC Porto é especial. Como treinador, senti uma emoção enorme a orientar a equipa neste último jogo com o Chaves. Sinto uma grande determinaç­ão, orgulho e prazer por estar nesta casa. Claro que a Champions tem outro impacto, mas não há uma fita métrica para medir a emoção”, referiu o treinador.

O técnico desvaloriz­ou ainda as ausências de Aboubakar e de Maxi (ambos castigados) na partida desta noite – “são 19 convocados, 19 jogadores disponívei­s e acho que vamos dar uma resposta capaz com estes” – e lembrou a importânci­a de entrar a vencer nesta prova: “Quando saiu o sorteio, disse que era importante começar em casa. Acabamos em casa também. É um grupo equilibrad­o, com quatro equipas de grande qualidade. É um grupo muito competitiv­o, onde todos os pontos são importante­s. Queremos os primeiros três pontos amanhã [hoje], são essenciais. É importante começar bem.”

Por entre elogios ao Besiktas, “uma equipa forte, com jogadores de qualidade”, o técnico garantiu, contudo, que a equipa vai ser “fiel ao que tem feito no campeonato”, destacando ainda a importânci­a de vencer jogos e passar à fase seguinte da competição devido à componente financeira: “Claro que esse é também um aspeto importante, não só a possibilid­ade de o clube ganhar dinheiro, mas também porque é uma prova que pode valorizar os jogadores, os ativos do clube. E o FC Porto tem tido sucesso nesse aspeto.”

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