“Não acho provável [ter todos os Estados membros na zona euro em 2019]. O que acho essencial é que a zona euro seja reformada e completada”
as economias dos diferentes Estados membros.”
“É esse o salto que tem dado”, disse António Costa num outro passo da entrevista, retomando o tema e comentando duas das propostas ou ambições do presidente da Comissão – a existência de um ministro europeu da Economia e Finanças, alguém que faça um acompanhamento das reformas estruturais dos Estados membros, e uma zona euro com todos os Estados membros até 2019. “Devemos ter uma abordagem pragmática”, avisa o primeiro-ministro português, acrescentando que “é cada vez mais difícil podermos coincidir todos para fazer tudo exatamente no mesmo tempo”.
À insistência na pergunta sobre a ideia de juntar todos os Estados sob a mesma moeda, Costa – o dono do tal “otimismo por vezes irritante”, na opinião de Marcelo – responde com algum ceticismo. “Se me pergunta se acho provável, não acho provável. O que acho essencial relativamente à zona euro é que ela seja reformada e seja completada. Desde logo fazendo o que está por concluir, no caso a união bancária, dotando-a de instrumentos que a crise demonstrou serem essenciais para prevenir as crises e para lhes responder.” Aliás, António Costa relembra que, na zona euro, só está quem quer e que essa foi a fórmula certa para contornar a lentidão dos consensos. “As experiências que tivemos com a zona Schengen ou com o euro, soluções com base em geometria variável, mostraram que foi a forma de podermos avançar sem violentar as vontades democráticas de quem quer que seja, mas também sem ficarmos todos paralisados à espera de termos uma vontade comum.”
Quanto à proposta de ter um ministro europeu da Economia e das Finanças, o primeiro-ministro deixa algumas questões: “Vamos ter um orçamento próprio da zona euro? Para que é que vai ser esse orçamento? Como é que se financia esse orçamento? Em função disso teremos de ver quais são as instituições que temos de ter para que isso exista. Agora, começar a discutir as instituições antes de se saber o que é que queremos fazer…” É a velha história da carroça e dos bois.