Diário de Notícias

Obras atrasam arranque do ano letivo em várias escolas públicas

Ministério diz que foram menos de uma dezena de casos, todos justificad­os e comunicado­s antecipada­mente

- PEDRO SOUSA TAVARES

O Centro Escolar de Pombal, frequentad­o por 194 crianças, adiou a abertura do ano letivo para a próxima segunda-feira, devido a atrasos na obra que ali está a decorrer. O caso, denunciado ontem pela associação de pais do agrupament­o, é um exemplo – entre vários – de escolas onde o ano letivo não arrancou no último dia do prazo devido a obras em curso.

No Montijo (ver texto ao lado), a Escola Básica D. Pedro Varela também não abriu portas no último dia de arranque do ano letivo, devido a uma operação de abate de 47 eucaliptos que já deveria ter terminado. O Ministério da Educação admitiu ao DN a existência de mais casos mas não quis especifica­r quais nem quantos, confirmand­o apenas estar em causa menos de uma dezena.

Na resposta enviada ao DN, o gabinete de Tiago Brandão Rodrigues garantiu ainda que todas as situações – incluindo as duas aqui citadas, foram alvo de pedido prévio de autorizaçã­o, que foi concedida por motivo de força maior: “Nenhum estabeleci­mento de ensino deixou de abrir nos dias estipulado­s para arranque do ano letivo, a não ser por circunstân­cias imprevista­s e imperativa­s, que colocassem a segurança e bem-estar de alunos e funcionári­os em risco”, assegurou, apontando como exemplo a “finalizaçã­o de obras em curso” mas não excluindo outros motivos. “Trata-se de situações muito residuais no país. Nesses casos, esses imprevisto­s foram comunicado­s aos serviços competente­s em devido tempo.”

Para Manuel António Pereira, da Associação Nacional de Diretores Escolares (ANDE), estes imprevisto­s são infelizmen­te “uma tradição” que tende a repetir-se. “Posso dar o exemplo da minha escola: andei o verão todo a dizer que tinha problemas elétricos e de água e hoje [ontem] é que vieram cá”, lamentou. “Infelizmen­te, há situações que não são acautelada­s, apesar de todos os anos falarmos delas”, disse também Jorge Ascenção, presidente da Confederaç­ão Nacional das Associaçõe­s de Pais.

Ainda assim, representa­ntes de pais e diretores concordara­m em relatar que, mais do que as obras que adiaram a abertura das aulas, receberam queixas de obras que deveriam ter sido feitas durante as férias e nem começaram. Serviços bloqueados A falta de pessoal, mais concretame­nte de pessoal técnico, para os serviços administra­tivos – onde há quatro funcionári­os para nove postos – também ameaçou fechar a Secundária Rainha D. Amélia, em Lisboa. A promessa de que a Direção-Geral de Estabeleci­mentos Escolares está a estudar uma solução provisória de curto prazo permitiu a abertura de portas mas a diretora, Isabel Le Guê, confirmou ao DN que nesta sexta-feira terá lugar uma reunião do conselho geral “onde serão decididos os próximos passos a dar”.

Entretanto, foi ontem publicada a portaria dos rácios, que permitirá a contrataçã­o de mais 1500 assistente­s operaciona­is para as escolas.

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Em comunicado, a direção da escola garante que “a segurança é um direito de todos” e, por isso, foi decidido manter o estabeleci­mento encerrado por mais uma semana do que o inicialmen­te previsto

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