Diário de Notícias

Desde que Jardel e Fejsa saíram do onze por lesão, o Benfica sofreu quatro golos em três jogos: Rio Ave, Portimonen­se e CSKA Moscovo

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O Benfica somou na terça-feira a primeira derrota da época e logo em pleno Estádio da Luz, com o CSKA de Moscovo, depois de se ter posto a vencer no início da segunda parte. Contudo, o que mais chamou a atenção foram os vários erros defensivos, que já tinham sido evidentes na partida anterior com o Portimonen­se.

Paulo Madeira e António Pacheco, antigos jogadores do Benfica, concordam num ponto: as ausências de Jardel e Fejsa por lesão podem explicar parcialmen­te o desacerto defensivo de uma equipa que sofreu quatro golos nos últimos três jogos. “São jogadores que têm muita influência na equipa, sendo certo que o Fejsa tem um profundo conhecimen­to da posição onde joga e percebe todos os momentos do jogo”, sublinha Pacheco, enquanto Paulo Madeira reforça que “Jardel é muito rápido e isso compensa alguma falta de velocidade de Luisão”.

Apesar dessas baixas, que coincidem com a abrupta diminuição do rendimento do Benfica – Rio Ave, Portimonen­se e CSKA Moscovo –, ambos os ex-futebolist­as contactado­s pelo DN consideram que se trata apenas de uma parte do problema, pois as causas são outras. O antigo defesa central começa por avisar que “quando as derrotas acontecem não quer dizer que está tudo mal, o que é preciso é corrigir as falhas”, que em sua opinião têm mais a ver com uma questão de entrosamen­to: “É óbvio que formar equipas, sobretudo no setor defensivo, quando saíram três elementos importante­s na estrutura como eram Ederson, Nélson Semedo e Lindelöf, mexe um pouco com as rotinas, que levam tempo até serem readquirid­as.”

Já António Pacheco prefere olhar para a equipa enquanto um todo e o que mais lhe tem chamado a atenção é o facto de “a ligação entre os setores ainda não ser a melhor”, acrescenta­ndo que “não se trata de erros individuai­s, mas de posicionam­ento”. E nesse sentido chama a atenção para um pormenor que, em sua opinião, pode fazer toda a diferença: “O que eu noto é que, no geral, a equipa do Benfica perdeu agressivid­ade

Luisão continua a liderar a defesa, enquanto Filipe Augusto (à direita) tem rendido o lesionado Fejsa defensiva numa fase inicial do ataque do adversário, o que pode dever-se ao facto de a condição física dos jogadores não ser eventualme­nte a melhor, pois permitem a construção de jogo do adversário. Por outro lado, a reação à perda da bola também não tem sido eficaz.” Sem necessidad­e de novo central Muito se falou no facto de os encarnados não terem acautelado a saída de Lindelöf com a contrataçã­o de um defesa central, algo que Paulo Madeira desvaloriz­a. “Já disse várias vezes que o Benfica tem cinco grandes centrais, três já vincados no plantel e outros dois, que são o Rúben Dias e o Kalaica, que são jovens promessas”, defendeu, garantindo que estes dois jovens “têm mais do que condições para correspond­er às expectativ­as” se Rui Vitória decidir lançar um deles como titular.

Reforços é coisa que Pacheco não contratava para o setor defensivo. “Se fosse eu a decidir não teria ido contratar nenhum central, não mexeria muito. Se formos a ver, Ederson, Nélson Semedo e Lindelöf começaram a jogar porque os titulares se lesionaram. Por isso, agora são os que estavam antes que têm de voltar a mostrar as suas qualidades”, assume, deixando, no entanto, a certeza de que “apostaria mais num novo jogador para o meio-campo e em não perder Mitroglou, que era um jogador com caracterís­ticas que o Benfica não tem”.

Paulo Madeira reconhece que a derrota com o CSKA em pleno Estádio da Luz “terá agora de ser corrigida no próximo jogo em Basileia”. “Será fundamenta­l vencer na Suíça para tudo voltar à normalidad­e”, acrescento­u o defesa, consideran­do que frente aos russos a equipa do Benfica “não fez um grande jogo, acabou por ser razoável, mas quando o adversário vai lá três vezes e marca dois golos...”

Pacheco concorda que os encarnados fizeram “muito mais” do que o CSKA Moscovo, repetindo a ideia de que os russos “marcaram duas vezes em três oportunida­des”. É por isso que defende que “a equipa do Benfica devia estar mais afinada nesta altura”, reforçando a ideia de que é preciso “aumentar os níveis de agressivid­ade e de reação à perda da bola” para que a equipa volte à normalidad­e.

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