Rui Esteves, que já estava sob um processo disciplinar, apresentou a demissão após notícia de que concluiu o curso de Proteção Civil com 32 equivalências, num total de 36 unidades curriculares. Número dois assume cargo
SUSETE FRANCISCO O comandante nacional operacional da Proteção Civil, Rui Esteves, demitiu-se ontem e será agora substituído interinamente pelo segundo-comandante, tenente-coronel Albino Tavares. A demissão aconteceu no mesmo dia em que o jornal Público avançou que Rui Esteves concluiu a licenciatura, na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, com 32 equivalências num total de 36 unidades curriculares, dadas com base na experiência profissional e em cursos de formação do agora ex-comandante da Proteção Civil. O presidente daquela instituição e o ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, pediram ontem à Inspeção-Geral de Educação e Ciência que abra um inquérito à licenciatura. Rui Esteves já estava, desde a passada semana, sob a mira da Inspeção-Geral da Administração Interna devido a um outro caso, avançado numa reportagem da RTP, de uma eventual acumulação de fun- ções públicas, de liderança da Proteção Civil com as funções de diretor do aeródromo de Castelo Branco. Uma situação que levou a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, a ordenar a abertura de um processo disciplinar, com “carácter de urgência”, atualmente em curso.
Ontem, horas depois de conhecido o pedido de inquérito à licenciatura, Rui Esteves acabou por apresentar a demissão ao secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, “o qual foi aceite”, segundo avançou, em comunicado, o ministério. O presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais, Fernando Curto, veio entretanto afirmar que o comandante da Proteção Civil não tinha condições para continuar. “Com o avolumar de todas as situações não havia muitas condições para continuar no cargo”, afirmou à Lusa, acrescentando que “perante todos estes factos e toda a contestação que se gerou em torno do comandante” era “muito difícil” permanecer no cargo.
O lugar de Rui Esteves será agora assumido interinamente pelo número dois da Proteção Civil , tenen- te-coronel Albino Tavares – o coordenador das operações no terreno durante a fase crítica do incêndio de Pedrógão Grande. Licenciado em Ciências Militares no ramo da GNR em 1996, na Academia Militar, Albino Tavares é pós-graduado em Direito e Segurança pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa desde junho de 2007 e auditor de Segurança Interna desde junho de 2007. Mestre em Direito e Segurança pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, desde 2009, é ainda doutorando em Ciências da Comunicação.
Licenciatura com quatro exames