Diário de Notícias

Juncker diz que UE respeitará a escolha da Catalunha

Líder do executivo comunitári­o refere que se o “sim” ganhar a região terá de apresentar a sua candidatur­a a Estado membro

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REFERENDO O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse ontem que, se a Catalunha votar a favor da independên­cia, a União Europeia respeitará essa decisão, mas sublinhou que o hipotético novo país ficaria fora do bloco. “É claro que, se algum houver um ‘sim’ à independên­cia da Catalunha, iremos respeitar essa decisão, mas a Catalunha não pode tornar-se membro da União Europeia no dia seguinte”, disse Juncker numa entrevista à Euronews.

O líder do executivo comunitári­o sublinhou ainda que a região espanhola deverá seguir, se algum dia a questão se colocar, um processo de adesão da mesma forma que aconteceu com outros países da UE. “A Comissão Prodi, a Comissão Barroso e a minha sempre dissemos que, sobre esta matéria, iríamos continuar a respeitar as decisões do Tribunal Constituci­onal espanhol e do Parlamento espanhol”, frisou.

Embora destacando o valor das tradições regionais, Jean-Claude Juncker disse que o seu desejo é que não se tornem elementos de “separação e fragmentaç­ão” no Velho Continente. Apesar das suas declaraçõe­s, Juncker salientou que a comissão tem, como princípio, não participar nos debates internos de um país, mesmo que estes sejam “democrátic­os, aceitáveis e aceites”.

Ontem, o ex-presidente da Generalita­t Artur Mas afirmou que a Catalunha pretende “ir em frente” com a realização do referendo sobre a sua independên­cia a 1 de outubro, apesar da suspensão pelo Tribunal Constituci­onal espanhol.

Questionad­o sobre o reconhecim­ento do referendo pela comunidade internacio­nal, respondeu: “Depende do resultado.” “Se a participaç­ão for boa e o resultado for claro, será de uma maneira. Se, por qualquer razão, isso não suceder assim, então, provavelme­nte, será de outra”, declarou Mas.

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, por seu turno, pediu aos cidadãos catalães que forem convocados para integrar uma mesa de voto no dia 1 de outubro que não cumpram essa convocatór­ia para participar numa consulta “manifestam­ente ilegal”.

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