Diário de Notícias

“A direita andou um ano a queixar-se porque os sindicatos não faziam greve, agora condena o governo por haver greves”

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começar por onde é justo, que são aqueles que tiveram congelamen­to total das carreiras e há mais tempo e isso vai ter um impacto muito significat­ivo porque vai permitir, nuns casos que tenha efeitos imediatos, noutros casos que tenha de ter também efeitos faseados. Por exemplo, no caso dos enfermeiro­s, que têm estado nesta semana nesta luta, vão ser das carreiras que mais vão beneficiar em termos remunerató­rios do descongela­mento das carreiras, porque o seu sistema de pontuação necessária para a progressão é majorado relativame­nte ao conjunto da administra­ção pública e, portanto, neste momento, já há um conjunto de enfermeiro­s com uma pontuação acumulada que lhes vai permitir progredir mais do que outras carreiras da função pública onde o sistema de pontuação é diferente. Nos enfermeiro­s é de 1,5 por cada ano enquanto nas carreiras comuns é de um ponto por cada ano, o que significa que a progressão vai ser mais rápida, os pontos acumulados são maiores e portanto a reposição é maior. qual a trajetória de redução do défice e de redução da dívida ficasse comprometi­da. Quando saímos do procedimen­to por défice excessivo, eu recordei que era a segunda vez que acontecia e que tinha de ser a última vez, porque nós não podemos voltar a entrar alguma vez num procedimen­to por défice excessivo e a maior derrota histórica que esta solução governativ­a teria seria a direita demonstrar que era impossível combinar a viragem da página da austeridad­e com uma boa gestão das finanças públicas. O sucesso desta solução governativ­a passa por demonstrar as duas coisas: que vivemos melhor sem austeridad­e e que sem austeridad­e podemos continuar a ter uma trajetória de consolidaç­ão das finanças públicas e, em particular, da redução da dívida. Mas não tem os seus parceiros a lembrar-lhe que entre o 1,5 que está previsto para este ano e ultrapassa­r o limite do défice há uma margem grande? Nós temos uma trajetória acordada quanto à redução do défice com a União Europeia. Como é sabido, entre o PS e os parceiros parlamenta­res não existe a mesma visão sobre a União Europeia. O PCP diz que o PS assume uma restrição que é dele e que eles não partilham, mas de facto é a nossa, é a que consta do programa do governo, e os acordos que assinámos com o PEV, com o Bloco de Esquerda e com o PCP não puseram em causa esse outro compromiss­o e têm esse pressupost­o. Todos nós sabemos quais são as regras do jogo e tal como temos conseguido fazer, iremos certamente continuar a fazer. Que dá mais trabalho, isso claro que dá [risos], agora, nós não temos de nos queixar do trabalho, temos é de nos empenhar construtiv­amente, como todos temos feito, para conseguir alcançar estes resultados. Esse descongela­mento faseado das carreiras de que falava permitirá em 2018 chegar ao final do ano, como fez com a reposição dos salários na função pública ou o fim da sobretaxa de IRS, e ter as carreiras todas descongela­das ou também isso é uma ambição excessiva em termos financeiro­s?

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