Novo disparo de míssil norte-coreano desafia EUA e aliados
Engenho sobrevoou território japonês. Washington mantém que a solução está na diplomacia mas não descarta opção militar
Corretor na Bolsa de Tóquio segue as notícias sobre o disparo de míssil norte-coreano, que passou sobre território japonês. Foi o segundo disparo em menos de um mês, mas não afetou os mercados Pela segunda vez em três semanas, e quatro dias após o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter aprovado nova resolução a impor mais sanções à Coreia do Norte, o regime de Pyongyang procedeu ao disparo de um míssil balístico, possivelmente de alcance intermédio, sobre território do Japão, demonstrando assim que persiste numa estratégia de provocação e de indiferença perante a ONU e as ameaças dos Estados Unidos.
Pelo meio, a Coreia do Norte procedeu ao ensaio de um engenho termonuclear no passado dia 2, o sexto teste nuclear que realizou até hoje, e que esteve na origem da mais recente resolução do Conselho de Segurança, destinada a cortar o acesso de Pyongyang a bens essenciais, como petróleo, e a fontes de financiamento. O que parece não preocupar o regime dirigido por Kim Jong-un, que tem vindo a tornar mais credíveis os seus programas de mísseis e nuclear.
O míssil esteve no ar cerca de 19 minutos a uma altitude de 770 quilómetros, tendo percorrido 3700 quilómetros, distância suficiente para atingir a base dos EUA na ilha de Guam – que Pyongyang ameaçou atacar –, mas o seu grau de precisão foi classificado como “reduzido” num comunicado da Union of Concerned Scientists (uma ONG de cientistas baseada nos EUA) sobre a questão. Para esta organização, o míssil estaria ainda em “fase de desenvolvimento”.
Os EUA e o Japão pediram uma reunião de urgência do Conselho de Segurança e o disparo foi unanimemente condenado. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu à Coreia do Norte para “criar espaço para o retomar de um sincero diálogo sobre desnuclearização” e afirmou que a questão será abordada na próxima semana no quadro da 72.ª Assembleia Geral da organização. Os presidentes da Rússia (um dos principais aliados de Pyongyang em paralelo com a China) e da França, Vladimir Putin e Emmanuel Macron, falaram ao telefone sobre a questão, tendo considerado “provocatório” e suscetível de “consequências imprevisíveis” o comportamento da Coreia do Norte, anunciou o Kremlin em comunicado. Putin e Macron insistiram, por outro lado, na via das negociações como única fórmula viável para superar a crise. Uma opção igualmente presente