Diário de Notícias

Pizarro pede voto útil: “Rui Moreira está assustado”

Candidato socialista diz que se for eleito criará condições para governar e, ao apresentar programa, colou adversário a Passos Coelho

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DAVID MANDIM causa do “despesismo que podia vir de Gaia”, aludindo a Luís Filipe Menezes, candidato do PSD há quatro anos.

Com o auditório da Casa das Artes já bem composto de apoiantes socialista­s, Pizarro procurou também diferencia­r-se do opositor com quem trabalhou no executivo durante grande parte do mandato com o seu programa detalhado, ao invés do adversário, que acusa de “não dizer ao que vem”. Disse ser o único que aposta na descentral­ização para as juntas de freguesias e ter uma visão metropolit­ana. “O programa é um contrato com o cidadão do Porto e é para levar até ao fim.” Com 112 medidas, muitas semelhante­s às apresentad­as há quatro anos, o programa divide-se em quatro grandes temas, sob os lemas “Por uma cidade inclusiva, amigável, dinâmica e liderante”. A inclusão merece 40 pontos porque “há uma parte do Porto a leste do desenvolvi­mento”, disse Rio Fernandes, um dos coordenado­res do programa. “O PS levanta-se contra os sinais de uma cidade dividida: entre ricos e pobres, mais cultos e menos cultos, ou normais e diferentes, entre o lado ocidental (elegante e mais desenvolvi­do) e o lado oriental (esquecido e desconheci­do)”, lê-se na introdução. Rio Fernandes considerou que o Habita Porto “é magnífico” porque irá permitir “produzir habitação sem custos públicos e a preços a razoáveis”.

Rui Moreira irá hoje prestar contas aos cidadãos, na sua sede de campanha, e certamente irá responder. Ontem jantou com profission­ais de saúde e anunciou o lançamento de um novo site, o memoriacur­ta.pt, em que apresenta 30 situações, com imagens, em que pretende refletir “o Porto antes de Rui Moreira”. São exemplos a Red Bull Air Race, o vazio cultural, a sinistrali­dade rodoviária, a reabilitaç­ão dos bairros, entre outras.

Já o candidato da coligação Porto Autêntico, Álvaro Santos Almeida, visitou o bairro do Cerco e ouviu críticas de moradores ao estado de conservaçã­o dos edifícios e também ao facto de haver casas vazias. “Não virei cá só daqui a quatro anos, será no primeiro ano de mandato para fazer avançar as obras de reabilitaç­ão e acabar com o escândalo de casas vazias que não estão a ser habitadas.” Comparou o investimen­to feito por Rui Rio, entre 2010 e 2012, de 44 milhões de euros, e os 19 milhões gastos por Rui Moreira nos bairros sociais. À tarde andou nas ruas Damião de Góis e Alves Redol em contacto com a população e disse estar fora de questão formar executivo com Rui Moreira.

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