Diário de Notícias

A “habilidade­zinha” do IRS e o alívio de escalões mais baixos

Passos e Catarina Martins mantêm o OE 2018 na mira. O primeiro para zurzir no ministro das Finanças e a segunda para defender um alívio fiscal sobre rendimento­s do trabalho

- PAULA SÁ

O Orçamento do Estado para 2018 continua a ser o combustíve­l da campanha para as autárquica­s. O líder do PSD andou ontem por Vila Real, no concelho de Chaves, a zurzir no ministro das Finanças, que, em entrevista à RTP no domingo à noite, anunciou um desagravam­ento fiscal para todos os escalões do IRS. Uma “habilidade­zinha de comunicaçã­o” foi como Pedro Passos Coelho classifico­u as palavras de Mário Centeno, já que esse desagravam­ento se deverá ao já programado compromiss­o de acabar com a sobretaxa.

“O ministro das Finanças conseguiu dar a entender às pessoas que em 2018 ia haver novidade para essas classes de rendimento quando de facto não há nenhumas, é uma habilidade­zinha de comunicaçã­o”, acusou o presidente social-democrata. Ainda assim, Passos manifestou-se satisfeito por que “seja possível ir normalizan­do a função fiscal”. A esse propósito, o líder do PSD desafiou o governo a apresentar as conclusões do grupo de trabalho criado em março de 2016 para reavaliar a despesa. “Já se fez o Orçamento de 2017, está-se a preparar o de 2018 e ainda não se conhecem as conclusões desse grupo de trabalho”, disse, sublinhand­o que o PSD já as pediu no Parlamento mas não teve resposta por parte do governo.

Nas Caldas da Rainha, a líder bloquista também falava para Mário Centeno. Catarina Martins insistiu numa “significat­iva” baixa do IRS e defendeu que o alívio fiscal se deve concentrar nos “escalões que foram mais penalizado­s pelo gigantesco aumento de impostos” feito pelo governo anterior.

Na sua opinião, “é preciso aliviar os rendimento­s do trabalho”. Catarina Martins recordou que “qualquer mexida no IRS tem um efeito positivo sobre todos os rendimento­s”, uma vez que se for criada “uma taxa intermédia para alguns rendimento­s” haverá um “alívio positivo nos vários escalões”.

Esta foi uma maneira de a líder bloquista secundar as afirmações do ministro das Finanças, embora enquadrand­o esse alívio fiscal anunciado por Mário Centeno na lógica defendida pelo Bloco de Esquerda de diminuir a carga sobre os escalões mais baixos. Jerónimo de Sousa volta à PT O secretário-geral do PCP fez uma espécie de paragem na campanha eleitoral autárquica e num saltinho ao Parlamento para lembrar que seria importante a Assembleia da República dar um “sinal claro” à Altice para travar o processo de transmissã­o do estabeleci­mento.

O secretário-geral comunista encontrou-se com representa­ntes dos trabalhado­res da PT Portugal, com os quais debateu o projeto de resolução do PCP sobre a figura jurídica de transmissã­o de estabeleci­mento – na prática a transferên­cia de trabalhado­res para outra empresa – que vai ser votado amanhã.

“Esta votação do dia 20 [de setembro] seria um sinal claro de que a Assembleia da República tentará impedir que esse processo inaceitáve­l, diria criminoso, fosse sustido”, afirmou Jerónimo de Sousa, reiterando a importânci­a da “PT no plano nacional” e consideran­do não ser “exagero afirmar que a defesa da PT hoje deveria constituir um imperativo nacional, patriótico”. Sublinhou ainda que a PT Portugal, que tem a marca Meo, é “estratégic­a num quadro em que tantas vezes se anuncia a necessidad­e de aprofundam­ento da ciência, investigaç­ão”. Com Lusa

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Catarina Martins mantém que é preciso aliviar os rendimento­s do trabalho
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Pedro Passos Coelho manifestou-se satisfeito com o fim da sobretaxa

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