Diário de Notícias

Vasco Ribeiro: “Agora é sempre a subir até ao World Tour”

- PEDRO MIGUEL NEVES

O surfista de Cascais conquistou o seu quarto título nacional no Bom Petisco Cascais Pro e agora só espera “não estar cá para o ano”, numa alusão à desejada qualificaç­ão para o World Tour. Acabou de vencer o quarto título nacional. O que significa para si esta marca? Significa bastante porque gostava muito de alcançar a marca do Ruben [Gonzalez], que era o recordista. E, depois, com o anunciar do wildcard para o World Tour de Peniche, ainda fica tudo melhor. Igualou o Ruben Gonzalez, um surfista de referência no surf nacional. Conversara­m previament­e sobre isso? Por acaso, nunca tínhamos falado sobre isso, mas depois de conquistar o título abordámos o assunto. Foi uma conversa divertida [risos]. Mas igualar o Ruben com os quatro títulos não era bem um objetivo, era apenas mais uma coisa boa que podia alcançar. Foi terceiro no Cascais Pro mas não foi fácil, tendo em conta as condições. Foi a prova mas difícil do ano? Foi, sem dúvida, devido às condições do mar, do vento... enfim, tudo estava mau. Mas eu estava muito focado em chegar às meias-finais e consegui ignorar isso tudo para cumprir o meu objetivo. Depois desliguei e relaxei. Mas, atenção, não quero com isto retirar mérito ao Miguel Blanco, que se adaptou melhor às condições, surfou muito bem e venceu-me na meia-final. Que balanço faz da Liga Meo deste ano? Acho que a única coisa que podia ter corrido melhor era as condições do mar em algumas etapas; tivemos muito azar este ano com o mar, mas o balanço é positivo: consegui apresentar bom surf, ganhei duas etapas, o nível competitiv­o está cada vez mais alto, o surf português cada vez melhor e... espero para o ano não estar cá [risos]. Era bom sinal, sinal de que estava no World Tour. Da sua experiênci­a, acha que este pode ser o melhor campeonato nacional do mundo, como alguns surfistas vão dizendo? Acho que tem todas as condições para ser considerad­o assim: a transmissã­o pela TV, o prize money, a organizaçã­o... não sei se é o melhor do mundo, mas é, de certeza, dos melhores que conheço. Alargando o foco para a sua campanha no WQS. Começou bem a temporada mas tem tido pouca sorte nos últimos campeonato­s... Fundamenta­lmente, estou a sentir-me muito bem. É verdade que os últimos campeonato­s foram mais difíceis, mas sinto-me bem, muito preparado. E a seguir vêm as minhas etapas favoritas, o QS de Cascais e as provas no Havai. Etapas completame­nte diferentes... Sim, Cascais está entre as favoritas porque é uma etapa em casa e posso surfar diante dos amigos e da família. E o Havai, bem, por ter ondas boas, finalmente. São, de longe, as melhores do QS. Acha que pode fazer uma boa carreira no Havai e, à semelhança do que fez o Frederico Morais o ano passado, conquistar aí a entrada no World Tour? Nem preciso fazer tanto como o Frederico, pois espero estar mais à frente [risos]. Mas sim, sinto-me muito à vontade no Havai e sinto que são ondas que potenciam o meu surf. Como já referiu, com o Nacional, também ganhou um wildcard para Peniche. Há semanas, falámos com Tiago Pires que nos disse que a eventual atribuição deste wildcard ao Vasco Ribeiro seria a correção de “uma injustiça”, já que foi terceiro classifica­do há dois anos. Sente que foi feita justiça com este wildcard? Realmente, o wildcard era uma coisa que queria imenso. Não sei se foi feita justiça, mas está tratado e agora não preciso que me deem nada, por isso é melhor. Bem melhor assim. É a competir num World Tour que se sente em casa? Eu acho que sim. Não tenho assim tanta experiênci­a nesse ambiente, mas senti-me muito bem cada vez que surfei nesse contexto e apresentei um excelente surf. Sei que ainda tenho muita coisa para evoluir mas sei que esse é o meu caminho. Passou momentos complicado­s nos últimos anos, com muitas mudanças fundamenta­is como a de patrocinad­or principal a constituir o lado mais visível disso. Este título também celebra uma nova era para si? Espero que sim. Sinto-me muito bem com o novo projeto com o Zé Seabra e o Tiago Pires e espero que o percurso seja sempre a subir. A melhorar até ao fim. E que esse fim seja o World Tour.

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