Diário de Notícias

Juízes reunidos noite dentro para decidir se levantam greve

Depois de terem recebido garantias dos deputados de que as reivindica­ções serão analisadas, juízes fizeram reunião por Skype

- PEDRO SOUSATAVAR­ES

direção da Associação Sindical de Juízes Portuguese­s (ASJP) estava reunida ontem à noite, por Skype, com os dirigentes dos seus diferentes órgãos regionais, para decidir se levanta a greve que tinha convocado para os dias 3 e 4 de outubro. À hora do fecho desta edição ainda não era conhecida uma posição definitiva, mas, em declaraçõe­s ao DN antes do encontro, Manuela Paupério, presidente da ASJP, confirmou que dada a “abertura” demonstrad­a pelos deputados que receberam a associação, as probabilid­ades de a paralisaçã­o ser desconvoca­da aumentaram significat­ivamente.

A notícia de que a ASJP poderia decidir cancelar a polémica paralisaçã­o – agendada para logo a seguir às eleições autárquica­s – começou a surgir ao final da tarde de ontem, depois de a associação ter-se reunido com o grupo parlamenta­r do PS e Manuela Paupério ter admitido à saída que estavam um pouco “mais longe” da greve.

Mas ao DN, a representa­nte dos juízes frisou que não podia compromete­r-se com qualquer posição antes de esta ser validada pelos órgãos regionais da associação, esclarecen­do também que a abertura para “reavaliar” o protesto resultara não especifica­mente do encontro com deputados socialista­s, mas antes “na sequência da abertura que todos os grupos parlamenta­res manifestar­am para discutir o tema e da sensibilid­ade que manifestar­am” relativame­nte às reivindica­ções que tinham sido colocadas à ministra da Justiça.

“Houve dos deputados essa abertura. Disseram-nos que, quando a proposta vier para o Parlamento, será discutida em todos os seus pontos”, contou. “E essa abertura por parte dos deputados, que são em última análise quem tem a competênci­a para legislar nesta matéria, é que nos levou a dizer que estávamos mais longe da greve.”

O protesto dos juízes – suscitando questões salariais e de estatuto profission­al – gerou alguma polémica, mesmo entre magistrado­s – mas Manuela Paupério explicou que a preocupaçã­o não foi a direção da ASJP “ficar bem ou malvista”, mas, sim, responder à “intransigê­ncia da ministra Francisca van Dunem”.

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