Temer Autoelogios e críticas à Venezuela
BRASIL Um facto histórico: o Brasil é o país que abre o debate da Assembleia Geral das Nações Unidas desde a sua 10.ª edição, em 1955. A explicação foi dada em 2010 à rádio NPR pelo então chefe de protocolo da ONU. “Em tempos remotos, quando ninguém queria falar primeiro, o Brasil oferecia-se sempre. Então ganharam o direito de falar primeiro na Assembleia Geral”, disse Desmond Parker.
Respeitando a tradição, o presidente do Brasil foi ontem o primeiro chefe do Estado a discursar. Michel Temer, acusado na semana passada de liderar organização criminosa e de obstruir a justiça, destacou as reformas que o seu governo está a implementar, sublinhando que “o Brasil atravessa um momento de transformações decisivas”. “Com reformas estruturais, estamos a superar uma crise económica sem precedentes. Estamos a resgatar o equilíbrio fiscal. E, com ele, a credibilidade da economia”, afirmou.
Temer não deixou passar em branco a situação na Venezuela. “A situação dos direitos humanos naVenezuela continua a deteriorar-se. Estamos ao lado do povo venezuelano, a quem nos ligam vínculos fraternais. Na América do Sul já não há mais espaço para alternativas à democracia. É o que afirmamos no Mercosul, é o que seguiremos defendendo.”
O presidente do Brasil defendeu a reforma da ONU e mencionou, de forma indireta, o desejo de o seu país ter um lugar no Conselho de Segurança, dizendo que é preciso “ajustá-lo às realidades do século XXI”.