O regresso dos agentes secretos vestidos para matar
Entre o sofisticado humor britânico e a ação tipicamente americana, esta é uma das estreias mais esperadas da semana e reúne um elenco de luxo. Colin Firth, Julianne Moore, Jeff Bridges e até Elton John fazem parte do brilho
INÊS N. LOURENÇO óculos gigantes. Vamos encontrá-lo, raptado, no ninho de uma organização criminosa, O Círculo Dourado, liderada por Poppy ( Julianne Moore num ambiente que faz lembrar a excentricidade visual de O Grande Lebowski), onde passa os dias a tocar para a empresária maníaca. O ícone pop é uma de entre os milhões de pessoas afetadas pelo vírus letal provocado pela droga que Poppy comercializa. Um esquema político que vai envolver o presidente dos Estados Unidos, e, antes de mais, os Kingsman.
Desta vez, a equipa fica reduzida ao jovem Eggsy e Merlin (Mark Strong), que se mudam de Londres para o Kentucky, juntando-se ao seu equivalente norte-americano. Chamam-se Statesman, têm o mais cool dos diretores, Jeff Bridges, e são a única esperança da Kingsman para conseguirem derrubar a ameaça de Poppy. No meio de tudo isto, surge o tão esperado Colin Firth, de pala no olho e sem memória, a constituir-se uma missão pessoal para os antigos parceiros, que querem tirá-lo do estado letárgico.
Entre o sofisticado humor british e a ação tipicamente americana, com efeitos especiais e slow-motion que sublinham a já testada veia paródica,Vaughn continua a colocar a ênfase nas suas personagens. E esse é um aspeto particularmente valorizável em Kingsman, tendo em conta a facilidade com que muitos realizadores perdem o rumo dentro do espetáculo de coreografias elaboradas que marca a rotina das grandes produções. É certo que Vaughn está ligado a tal rotina, como o comprovam títulos anteriores – Kick-Ass: O Novo Super Herói (2010) ou X-Men: O Início (2011) – mas há um estilo, uma distinção que torna Kingsman eficaz na sua linha de entretenimento. Prova disso é que muitos espectadores o aguardam, no eco do primeiro filme.