O mundo todo em Lisboa, diz ele
Nem publicidade em outdoors e spreads de publicações internacionais nem posts dos influenciadores do costume. As razões para Lisboa estar cada vez mais nas bocas do mundo, de Nova Iorque a Hong Kong, de Paris a Melbourne, são orgânicas e por isso a recém-conquistada fama da cidade tem tudo para não ser apenas uma moda passageira mas antes se afirmar definitivamente. Assim escreve Tyler Brûlé no seu artigo desta semana do The New York Times, enumerando os bateres de pestanas naturais que, descobertos por turistas mas também homens de negócios, famílias, velhos e jovens, tornaram Lisboa verdadeiramente sexy aos olhos do mundo: produtos de excelência, uma nova geração competente, bem reputada e cosmopolita, um sítio fantástico para trabalhar e a cada esquina a possível surpresa de um cenário de postal. Atributos que passaram de boca em boca, em vez de serem desenhados e montados num gabinete de agência publicitária.
Mas há um outro fator absolutamente determinante de que Lisboa tem colhido frutos: a sua posição geográfica e cultural. Depois de décadas e décadas a sentir-se arrumada a um canto da Europa, a cidade entendeu o seu potencial enquanto ponto de ligação deste continente às Américas, a África e à Ásia. E enfim começou a jogar esse trunfo. O que foi fundamental para esta alteração de perceção? A aquisição da companhia aérea portuguesa por um grupo que une o conhecimento profundo do mercado português e europeu às fortes ligações com a América do Norte, bem como à capacidade financeira e vontade de investir na expansão da operação. Novas rotas, mais frequências, aviões modernos e um serviço que vai somando pontos e prémios todos os meses – levando os vinhos e a comida portuguesa além-fronteiras – ajudaram a TAP a crescer e tomar o lugar que há muito devia ter assumido. Não é propaganda. A TAP tem sido uma ajuda fundamental para pôr Portugal, e mais especificamente Lisboa, no centro do mundo. Só falha por não dar mais atenção à segunda cidade do país –e o Porto bem a merecia.